Os últimos serão os primeiros, ou do prisma de formação caribenha como descolonização do ser
DOI:
https://doi.org/10.5433/2176-6665.2018v23n3p276Palavras-chave:
Fanon, Colonialidade, Caribe, Relações raciaisResumo
Este trabalho segue as pistas de um comentário feito por Stuart Hall acerca de sua própria trajetória, por ele qualificada a partir da ideia de “prisma de formação caribenha”. O tema é abordado aqui pelo escopo da emancipação, argumentando que a busca pela realização de universais políticos, em particular o de liberdade, ganha tons específicos no mar do Caribe. Esses tons são, em última instância, onde reside o potencial descolonizador do ser, tal como fora desenvolvido por Nelson Maldonado-Torres. Discute-se como uma tradição de discussão sobre a temática da emancipação que remonta a Hegel é nas mãos de um autor caribenho, Fanon, deslocada por tal prisma de formação caribenha. Por fim, argumenta-se que o movimento realizado por Fanon não se limita apenas à sua obra, mas encontra expressão intelectual em outros autores da região, e que uma Sociologia Política do Atlântico Negro deve levar a sério esse engajamento específico possibilitado pelo “prisma” como categoria analítica.Downloads
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