Na contramão do neoliberalismo: sem-terra e piqueteiros

Autores

  • Eliel Ribeiro Machado Universidade Estadual de Londrina - UEL

DOI:

https://doi.org/10.5433/2176-6665.2005v10n2p75

Palavras-chave:

Neoliberalismo, Movimentos sociais

Resumo

Este artigo aborda, fundamentalmente, os limites e potencialidades político-ideológicas de dois importantes movimentos sociais latino-americanos:os sem-terra (Brasil) e os piqueteiros (Argentina). A apropriação da política emancipadora pelos movimentos sociais possibilita que as relações sociais e de produção nos assentamentos do MST ou nos bairros populares dos piqueteiros ganhem novas dimensões políticas e ideológicas. Discutimos em cada um dos movimentos as "invenções democráticas" (democracia direta, horizontalidade, igualdade de gênero etc.) de que são protagonistas, bem como os seus limites dado o caráter de classe de suas bases sociais, ou seja, constituem-se de semi-assalariados (sem-terra) e de desempregados (sem-terra e piqueteiros).

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Biografia do Autor

Eliel Ribeiro Machado, Universidade Estadual de Londrina - UEL

Doutor em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC/SP. Professor da Universidade Estadual de Londrina - UEL.

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Publicado

2005-12-15

Como Citar

MACHADO, E. R. Na contramão do neoliberalismo: sem-terra e piqueteiros. Mediações - Revista de Ciências Sociais, Londrina, v. 10, n. 2, p. 75–89, 2005. DOI: 10.5433/2176-6665.2005v10n2p75. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/mediacoes/article/view/2165. Acesso em: 26 abr. 2024.

Edição

Seção

Dossiê

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