Consciência sintática e traços argumentativos em textos de alunos: um estudo longitudinal

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/1519-5392.2024v24n1p249-267

Palavras-chave:

estruturas sintáticas, argumentação, análise linguística

Resumo

O presente artigo relaciona estruturas sintáticas escritas por estudantes em transição para o Ensino Médio e o potencial argumentativo de seus textos. Adota-se a ideia de Consciência Sintática (Vieira;Faraco, 2020), discutida no âmbito do texto dissertativo-argumentativo, aos moldes do que se solicita no Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM). Com atividades planejadas, observou-se a trajetória dos estudantes na escrita desses textos, com foco na gradativa presença e diversidade de articuladores textuais e, conjuntamente, de adequadas relações lógico-semânticas, recursos que promovem textos mais organizados e consistentes. Foi aplicada uma Sequência Didática (SD) (Dolz; Noverraz; Schneuwly, 2004), alinhada a um ensino funcionalmente planejado, considerando o uso linguístico. Durante o desenvolvimento da SD, as produções dos mesmos alunos foram observadas em três momentos distintos (final do 9º ano e em dois momentos no 1º ano do Ensino Médio). Como resultado, o que se observou foi a presença de poucos articuladores nos textos iniciais, diferentemente das versões finais, nas quais houve expansão de emprego e diversificação do uso de articuladores textuais e, consequentemente, mais relações lógico-semânticas estabelecidas.

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Biografia do Autor

Ana Paula Teixeira de Amorin Rodrigues, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

Mestre pelo programa de Mestrado Profissional - PROFLETRAS da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul – UFMS campus Três Lagoas e doutoranda pelo Programa de Pós-Graduação em Letras – PPG da mesma Instituição. Atualmente, é professora efetiva de Língua Portuguesa na Secretaria de Educação do Estado do Mato Grosso do Sul em Três Lagoas. Realiza pesquisas voltadas às práticas de sala de aula inerentes à análise de textos. Membro do Grupo de Estudos Sociofuncionalistas (GESF).

 

Solange de Carvalho Fortilli, Universidade Federal de Mato Grosso do Sul

É graduada em Letras (Português-Francês) pela Universidade Estadual Paulista, Mestre e Doutora em Estudos Linguísticos pela mesma Instituição. É professora adjunta do câmpus de Três Lagoas da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS), onde atua, no ensino de graduação, em Linguística e Língua Portuguesa, com ênfase na Morfologia e na Sintaxe. Em nível de pós-graduação, compõe o quadro docente do PPG Letras, conduzindo aulas e orientações de dissertações e teses alinhadas à análise e descrição funcional do português. Com olhar para a educação básica, é credenciada ao Mestrado Profissional em Letras em Rede Nacional (PROFLETRAS), âmbito em que desenvolve pesquisas centradas em teorias funcionalistas potencialmente promotoras de estratégias de ensino escolar. Integra, também, o Grupo de Estudos Sociofuncionalistas (GESF), em que se articulam estudos de variação e mudança em convergência com a chamada linguística baseada no uso.

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Publicado

30-06-2024

Como Citar

TEIXEIRA DE AMORIN RODRIGUES, Ana Paula; DE CARVALHO FORTILLI, Solange. Consciência sintática e traços argumentativos em textos de alunos: um estudo longitudinal. Entretextos, Londrina, v. 24, n. 1, p. 249–267, 2024. DOI: 10.5433/1519-5392.2024v24n1p249-267. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/entretextos/article/view/50296. Acesso em: 18 dez. 2024.

Edição

Seção

Artigos