Concepções de linguagem: gramática de língua portuguesa e ensino de língua materna
DOI:
https://doi.org/10.5433/1519-5392.2013v13n2p243Palavras-chave:
Gramática, Concepção de linguagem, EnsinoResumo
A língua é heterogênea, variável, sócio-historicamente constituída, entretanto, nem sempre essa visão prevalece na prática diária nas salas de aula. Muitos professores seguem aquilo que é prescrito pela gramática normativa, desconsiderando a mutabilidade da língua, apresentando o “certo” em oposição ao “errado” em língua materna. Neste trabalho, que é um recorte da dissertação de mestrado em andamento, fundamentamos nossas discussões nos pressupostos da sociolinguística e da linguística histórica, com o objetivo de investigarmos as concepções de linguagem que permeavam o ensino no início do século XIX a partir da análise da Gramática normativa da língua portuguesa de Rocha Lima. Para isso, contextualizamos a situação da língua portuguesa no Brasil e seu ensino desde colonização, o papel dos padres jesuítas para a consolidação do ensino em terras brasileiras. Comentamos brevemente as concepções de linguagem baseadas nos trabalhos desenvolvidos por Geraldi (1984), Perfeito (2004; 2005; 2007), Travaglia (2009). Para as discussões sobre a heterogeneidade linguística brasileira e as implicações para o ensino de língua materna, consideramos os estudos de Castilho (1998, 2002, 2010), Camacho (1988), Ilari e Basso (2011), Mattos e Silva (2004). Verificamos com a análise do corpus que, apesar de apresentar na introdução menções ao caráter heterogêneo e variável da língua, o autor mantém-se preso ao prescritivismo, considerando, segundo a concepção de linguagem como expressão do pensamento, as regras de bom uso da língua aquelas presentes nas obras literárias de autores clássicos.
Palavras-chave: Gramática. Concepções de linguagem. Ensino.
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