A sequência didática em contexto: potencialidades para o fortalecimento da autoria docente
DOI:
https://doi.org/10.5433/1519-5392.2023v23n1Espp54-76Palavras-chave:
Sequência didática, Capacidades linguístico-discursivas, Produção escritaResumo
Neste artigo, apresentamos como mobilizamos a adaptação proposta por Swiderski e Costa-Hübes (2009) da sequência didática (SD) originalmente formulada por Dolz, Noverraz e Schneuwly (2004), com vistas a atingir objetivos delineados a partir de nosso contexto. As intervenções basearam-se no Interacionismo Sociodiscursivo, em que o gênero é tido como instrumento para o desenvolvimento de capacidades de linguagem. Nossos objetivos didáticos foram: i) fomentar o desenvolvimento de capacidades linguístico-discursivas (CDL) relevantes para a produção do gênero carta de jogo de enigma e ii) proporcionar o desenvolvimento de uma postura de escritor, com atenção para as diferentes etapas do processo de escrita. Ao adaptar a SD para nossos objetivos, inserimos um módulo de planejamento da produção inicial e realizamos uma atividade de revisão mediada entre as produções inicial e final, com uso de lista de constatações. Para aferir o cumprimento dos objetivos, analisamos a progressão de CDLs nas produções dos alunos. Essa análise sugeriu progressão nas CDLs focalizadas, que avançaram dos níveis “introdutório” ou “básico”, na produção inicial, para “consolidado”, na produção final. A partir dessa experiência, destacamos que a SD potencializa a autoria docente, visto que os professores podem se (re)apropriar desse construto ao criar suas próprias SDs, visando objetivos pertinentes para seu contexto.
Downloads
Referências
BARBOSA, J. P. Trabalhando com os gêneros do discurso: narrar: narrativa de enigma. São Paulo: FTD, 2001.
BRANDÃO, M. Leitura e produção de texto no ensino fundamental: uma proposta de sequência didática para o gênero textual narrativa de enigma. 2018. 156 p. Dissertação (mestrado) – Faculdade de Letras, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2018.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Ministério da Educação, 2018.
BRONCKART, J. P. Atividade de linguagem, discurso e desenvolvimento humano. Campinas: Mercado de Letras, 2006.
CALLIAN, G. R.; MAGALHÃES, T. G. Dimensões da formação docente no programa de formação continuada “Residência Docente” da UFJF: uma leitura inicial. In: MAGALHÃES, T. G.; FERREIRA, C. S. Oralidade, formação docente e ensino de língua portuguesa. Araraquara: Letraria, 2019. p. 141-188.
COSTA-HÜBES, T.C.; SWIDERSKI, R.M.S. Gêneros orais e ensino: uma experiência didática com notícia televisiva. In: BUENO, L.; COSTA-HÜBES, T.C. Gêneros orais no ensino. Campinas: Mercado de Letras, 2015.
CRISTOVÃO, V. L. L; STUTZ, L. Sequências didáticas: semelhanças e especificidades no contexto francófono como L1 e no contexto brasileiro como LE. In: SZUNDY, P.T. C. et al. (org.). Linguística aplicada e sociedade: ensino e aprendizagem de línguas no contexto brasileiro. Campinas: Pontes Editores, 2011. p. 17-39.
DOLZ, J. Seminário 2015. Palestra Prof. Joaquim Dolz. 2015. Disponível em: www.youtube.com/watch?v=K68WLhIcSrc. Acesso em: 10 dez. 2023.
DOLZ, J.; NOVERRAZ, M.; SCHNEUWLY, B. Sequências didáticas para o oral e a escrita: apresentação de um procedimento. In: DOLZ, J.; SCHNEUWLY, B. Gêneros orais e escritos na escola. Campinas: Mercado de Letras, 2004. p. 81-108.
DOLZ, J.; PASQUIER, A.; BRONCKART, J. P. L’acquisition des discours: emergence d’une competence ou apprentissage de capacities langagières? Études de Linguistique Appliquée, n. 92., 1993. p. 23-37.
MAGALHÃES, T.; CRISTOVÃO, V. Sequência e projetos didáticos no pacto nacional pela alfabetização na idade certa: uma leitura. Campinas: Pontes Editores, 2018. p. 21-49.
PINTO, M. B. Itinerários de escrita: mediação do desenvolvimento de capacidades linguístico-discursivas na produção textual. 2021. Trabalho de Formação Docente (Especialização em Residência Docente) - Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2021.
PINTO, M. B.; FONSECA, C. A.; SILVA, L. A. S.; SIGILIANO, N. S. “Itinerários de escrita”: em busca de estratégias de ensino e aprendizagem do processo de produção textual. In: FERRARI, A.; COSENZA, A.; LIMA, I. F.; ESCHER, M. A.; SANTIAGO, M. C. Formação docente inicial e continuada na ufjf: experiências e diálogos com a escola básica. São Paulo: Livraria da Física, 2022. p. 139-164.
SANTOS, J. G. C. A escrita monitorada: o que é? como se faz? para que serve?. 2015. 101 f. Dissertação (Mestrado profissional em Letras) - Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2015.
SCHNEUWLY, B.; DOLZ, J. Os gêneros escolares - das práticas de linguagem aos objetos de ensino. In: SCHNEUWLY, B.; DOLZ, J. Gêneros orais e escritos na escola. Campinas: Mercado de Letras, 2004. p. 61-78.
SWIDERSKI, R. M. S.; COSTA-HÜBES, T. C. Abordagem sociointeracionista & sequência didática: relato de uma experiência. Línguas & Letras, Cascavel, v. 10, n. 18, p. 113-128, 2009. Disponível em: https://saber.unioeste.br/index.php/linguaseletras/article/view/2253. Acesso em: 31 mar. 2023.
TRIPP, D. Pesquisa-ação: uma introdução metodológica. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 31, n. 3, p. 443-466, set./dez. 2005. Disponível em: https://doi.org/10.1590/S1517-97022005000300009. Acesso em: 31 mar. 2023. DOI: https://doi.org/10.1590/S1517-97022005000300009
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Maria Beatriz Pinto, Carolina Alves Fonseca
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Entretextos adota a Licença Creative Commons Attribution 4.0 International, portanto, os direitos autorais relativos aos artigos publicados são do(s) autor (es).
Sob essa licença é possível: Compartilhar - copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato. Adaptar - remixar, transformar, e criar a partir do material, atribuindo o devido crédito e prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas.