Linguagem, memória e processo na dramaturgia de Nelson Rodrigues

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/1519-5392.2018v18n2p169

Palavras-chave:

Dramaturgia, Linguagem, Memória.

Resumo

Nelson Rodrigues renovou tanto a linguagem dramatúrgica brasileira quanto a cena teatral, a partir da potência de seus textos dramáticos. Em sua escrita, vê-se a identificação de princípios que transmutam da vida para a obra e, por conseguinte, ao palco, ou, ainda, crônicas e contos a servir de base ao eixo dramático e caracteres de personagens de vários de seus textos. Neste estudo, embasados nas postulações de Magaldi (2010), Faria (2013), Preti (2004, 2006), Salles (2006, 2008), dentre outros, apresentamos um panorama estético e poético, revelador de traços do processo de criação do autor, que na imbricação de aspectos memorialistas e ficcionais e o fértil trânsito do gênero narrativo para o dramático, engendra uma linguagem nova e particular, que se institui revolucionária na estruturação do pensamento e nos temas abordados. Na busca pela concretização das questões enunciadas, utilizamos o texto de A falecida, escrita e encenada em 1953, já sob a influência criativa de A vida como ela é..., coluna diária de contos estreada em 1951, detentora de enorme sucesso, por dez anos, no jornal Última Hora.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

José Francisco Quaresma Soares da Silva, Universidade Estadual de Londrina

Doutorando em Estudos da Linguagem - PPGEL/UEL. Professor Efetivo do Instituto Federal do Paraná Campus Jacarezinho.

Edina Regina Pugas Panichi, Universidade Estadual de Londrina - UEL

Doutora em Letras pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho-UNESP. Docente Sênior do Programa de Pós-graduação em Estudos da Linguagem - PPGEL.

Referências

BAKHTIN, Mikhail. Questões de literatura e de estética: a teoria do romance. São Paulo: Editora Hucitec: Unesp, 1990.

BATALHA, Maria Cristina. Nelson Rodrigues: persona. Rio de Janeiro: Eduerj, 2013.

BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. 37. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009.

CASTRO, Ruy. O anjo pornográfico: a vida de Nelson Rodrigues. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.

CHERUBIM, Sebastião. Dicionário de figuras de linguagem. São Paulo: Pioneira, 1989.

FARIA, João Roberto. História do teatro brasileiro: do modernismo às tendências contemporâneas. São Paulo: Perspectiva, 2013. v. 2.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Dicionário Aurélio da língua portuguesa. 5. ed. Curitiba: Positivo, 2010.

FIORIN, José Luiz. Interdiscursividade e intertextualidade. In: BRAIT, Beth (org.). Bakhtin: outros conceitos chave. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2012.

GUINSBURG, Jacó; FARIA, João Roberto; LIMA, Mariângela Alves de (org.). Dicionário do teatro brasileiro. São Paulo: Perspectiva, 2006.

LOPES, Ângela Leite. Entrevista. In: CONVERSA sobre as artes. Rio de Janeiro: Sesc Departamento Nacional, 2014. v. 1, p. 112-126.

LOPES, Ângela Leite. Nelson Rodrigues: trágico, então moderno. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2007.

MAGALDI, Sábato. Nelson Rodrigues: dramaturgia e encenações. São Paulo: Perspectiva, 2010.

MAGALDI, Sábato. Panorama do teatro brasileiro. São Paulo: Global Editora, 1997.

MAGALDI, Sábato. Teatro da obsessão: Nelson Rodrigues. São Paulo: Global, 2004.

NELSON Rodrigues personagem de si mesmo. [S.l.: s.n] 1 vídeo (57min7s), 2015. Publicado por Alex Capelossa. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=f-DLJdi3-Ns&t=5s. Acesso em: 10 mar. 2018.

PANICHI, Edina; CONTANI, Miguel L. Pedro Nava e a construção do texto. Londrina, PR: EDUEL; São Paulo: Ateliê Editorial, 2003.

PELLEGRINO, Hélio. “A obra e ‘O beijo no asfalto’”. In: RODRIGUES, Nelson. Teatro completo: tragédias cariocas II. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1990. v. 4, p. 356-371.

PRATA, Mário. Mas será o Benedito?: dicionário de provérbios, expressões e ditos populares. São Paulo: Editora Planeta, 2011.

PRETI, Dino (org.). Oralidade em diferentes discursos. São Paulo: Associação Editorial Humanitas, 2006.

PRETI, Dino. Estudos da língua oral e escrita. Rio de Janeiro: Lucerna, 2004.

RODRIGUES, Nelson. A falecida. In: RODRIGUES, Nelson. Teatro completo: tragédias cariocas I. 4. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1985.

RODRIGUES, Nelson. A vida como ela é... 3. ed. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 2012.

RODRIGUES, Nelson. Flor de obsessão. São Paulo: Companhia das Letras, 1997.

RODRIGUES, Nelson. Memórias: a menina sem estrela. Rio de Janeiro: Agir, 2009.

RODRIGUES, Nelson. O reacionário: memórias e confissões. Rio de Janeiro: Agir, 2008.

RODRIGUES, Nelson. Toda a minha obra é uma meditação sobre o amor e sobre a morte. [Entrevista concedida à] Margarida Autran. Jornal O Globo, Rio de Janeiro, p. 7, 26 jun. 1973.

RODRIGUES, Sonia (org.). Nelson Rodrigues por ele mesmo. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2012.

SAID ALI, Manoel. Gramática secundária e gramática histórica da língua portuguesa. 3. ed. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 1964.

SALLES, Cecília Almeida. Crítica genética: fundamentos dos estudos genéticos sobre o processo de criação artística. 3. ed. São Paulo: EDUC, 2008.

SALLES, Cecília Almeida. Redes da criação: construção da obra de arte. Vinhedo, SP: Editora Horizonte, 2006.

Downloads

Publicado

30-12-2018

Como Citar

SILVA, José Francisco Quaresma Soares da; PUGAS PANICHI, Edina Regina. Linguagem, memória e processo na dramaturgia de Nelson Rodrigues. Entretextos, Londrina, v. 18, n. 2, p. 169–197, 2018. DOI: 10.5433/1519-5392.2018v18n2p169. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/entretextos/article/view/34247. Acesso em: 21 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigos