Rap e resistência: necropolítica e escala em Os meninos correm

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/boitata.2021v16.e41282

Palavras-chave:

Resistência, Escala, Necropolítica, Rap, Os meninos correm.

Resumo

Este artigo se propõe a um exercício de análise do poema oral Os meninos correm da rapper Pacha Ana, para refletir sobre o mal estar do tempo presente e as possibilidades de resistência pela oralidade. O conceito de escala foi desenvolvido pela sociolingüística e, neste artigo, nos baseamos na coletânea organizada por E. SummersonCarr e Michael Lempert sobre o tema. A noção de escala contribui para o entendimento de que a realidade não é estática, buscando entender as coisas, os processos, os acontecimentos, a história, a sociedade como elementos dinâmicos. Na discussão, um diálogo com as epistemes decoloniais e afro-diaspóricas, sobretudo, a partir das reflexões do professor Achille Mbembe e o conceito de necropolítica.

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Biografia do Autor

Everton Santos de Brito, Universidade Federal de Mato Grosso

Mestrando pela UFMT

Karina Figueredo Souza, Universidade Federal de Mato Grosso

Mestranda pela UFMT

Lucas Santos Café, UFMT

Doutorando pela UFMT. Professor no Instituto Federal de Mato Grosso

Maria Thereza de Oliveira Azevedo, Universidade Federal de Mato Grosso

Doutora pela USP, professora pela Universidade Federal do Mato Grosso

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Publicado

2021-02-04

Como Citar

Santos de Brito, E., Figueredo Souza, K., Santos Café, L., & de Oliveira Azevedo, M. T. (2021). Rap e resistência: necropolítica e escala em Os meninos correm. Boitatá, 16(31), 128–138. https://doi.org/10.5433/boitata.2021v16.e41282