O encantodo malino: a face obscura do boto em narrativas ribeirinhas marajoaras
DOI:
https://doi.org/10.5433/boitata.2017v12.e32954Palavras-chave:
Narrativa de tradição oral, Ribeirinhos marajoaras, Boto.Resumo
Este artigo traz para a discussão, no que diz respeito às narrativas de tradição oral, uma vertente outra em relação às narrativas do Boto. Nas histórias mais conhecidas e difundidas sempre o revelam um ser encantado, sedutor e amante das mulheres em noite de festas. Entretanto, nas narrativas coletadas na cidade de Curralinho, localizada às margens do grande Rio Pará, na Ilha do Marajó, encontramos histórias que apontam outras faces. Com o objetivo de comparar, trazemos duas narrativas do livro Belém conta... “Troço impressionante” e “Boto bonito”, que mostram exatamente aquelas características marcantes do Boto. Para o contraste, colocamos três narrativas, gravadas com três narradores ribeirinhos, a partir de relatos de vida, onde foi perceptível uma face obscura desse encantado dos rios, que provoca a loucura e morte de quem se aproxima dele. Para tanto, buscamos amparo nas leituras de Loureiro (1995), que discute sobre o imaginário amazônico, em especial aqui sobre o Boto, e Benjamin (1993) que mostra a relevância dos narradores de tradição oral em qualquer comunidade.
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