Grafismos em varinhas: memórias e estéticas afro-indígenas em margens amazônicas
DOI:
https://doi.org/10.5433/boitata.2013v8.e31552Palavras-chave:
Varinha, Grafismo, Estética, Mosqueiro, SoureResumo
A convivência com comunidades que circundam a baía de Marajó, no Pará, permite perceber ricas expressões da diversidade estética amazônica. Neste artigo, por meio da metodologia da História Oral e dos processos de afloramento de memória (ALBERTI, 2005; HALBWACHS, 2003; BOSI, 1999), dialogamos com experiências de mulheres de Mosqueiro e Soure acerca do grafismo inscrito em varinhas da conquista ou do amor, desvelando tradições e saberes afro-indígenas nesta região. Com base na temática arte e estética, buscamos interfaces, especialmente com o pensamento de Dondis (1997), Eco (2003), Wong (1998), Velthem (1998) e Vidal (1992); assim como sobre artes e histórias locais, interagimos com Schaan (1997), Hamoy (1997), Pacheco (2012) e Jardim (2013). Neste enredo, por meios de escrituras, visualidades e oralidades, apresentamos o grafismo em varinhas em seus antigos e novos significados culturais como arte, estética, saber e patrimônio local que, apesar dos doloridos processos de colonização e desvalorização deste objeto artístico amazônico, pela persistência do saber-fazer feminino resistem ao esquecimento.
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