Aspectos da cultura popular em Histórias de Alexandre, de Graciliano Ramos: uma recepção problemática
DOI:
https://doi.org/10.5433/boitata.2016v11.e31287Palavras-chave:
Cultura popular, Histórias de Alexandre, Graciliano Ramos, Recepção, Narrador.Resumo
Neste artigo, iremos propor uma análise do livro Histórias de Alexandre, de Graciliano Ramos, publicado em 1944 e republicado posteriormente sob o título de Alexandre e outros heróis, a partir de certas aproximações possíveis com a cultura popular. Em um primeiro momento, iremos delinear o percurso da recepção dessa obra, atravessada por uma série de preconceitos motivados por uma visão estreita de cultura popular, considerada na época como uma produção rústica, inculta (BURKE, 2010). Tal visão relegou essa publicação, até recentemente, a uma espécie de limbo crítico. Em seguida, apontaremos o papel da cultura popular na composição do livro, que se apropria de elementos característicos de compêndios e de coletâneas de folclore e de narrativas populares, abundantes na passagem entre os séculos XIX e XX. Além disso, aspectos da cultura popular também participam na organização narrativa de Histórias de Alexandre, pois o autor coloca em cena uma personagem, que procura emular, registrar e perpetuar o narrador nato proposto por Benjamin (1994).
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