O mito Xokleng e o imaginário do medo como memória e linguagem dos descendentes de colonizadores do Alto Vale do Itajaí - SC
DOI:
https://doi.org/10.5433/boitata.2016v11.e31281Palavras-chave:
Memória, Linguagem, Imaginário do Medo, Mito Xokleng, Alto Vale do Itajaí.Resumo
O mito, para estabelecer-se como tal, constitui-se de elementos matrizes-arquetipais que são narrados e tecidos por um determinado grupo em dado tempo-espaço. Da mesma forma, o fortalecimento do mito faz-se através dos usos, de repetidos exercícios de memória e de linguagem na busca por manter viva e atualizada sua percepção acerca de um determinado fato, pessoa, cultura, etc. Os fios que compõem a tessitura dessas narrativas míticas são tingidos pelo contexto sócio-histórico-cultural dos atores sociais, assim, seus sentimentos, predileções e experiências amparam a construção das narrativas. Esse trajeto social cerceia e enreda os componentes dessa bacia semântica constituída em sua essência por constelações de imagens simbólicas, que passam a ser reconhecidas e disseminadas até por gerações. Em se tratando das narrativas dos descendentes dos colonizadores do Alto Vale do Itajaí – SC, acerca dos Xokleng, traços elementais presentes insurgem encharcados de um “Imaginário do Medo” resultante das relações estabelecidas pelos grupos indígenas e os primeiros colonizadores da região. Constatação essa evidenciada nas narrativas orais coletadas no mesmo local. Compreender a força desse imaginário resgatado pela memória e reafirmado pela linguagem é o propósito a que se destina esse trabalho.
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