A relação contracultura e literatura periférica nos grupos de jovens das favelas brasileiras: diálogos possíveis
DOI:
https://doi.org/10.5433/boitata.2016v11.e31256Palavras-chave:
Contracultura, Jovens, Literatura Periférica, Diversidade Cultural,Resumo
Os grupos culturais de nossas periferias carregam posicionamentos que em muito se assemelham ao que o cânone reconhece como pensamento pós-moderno e aos fundamentos da contracultura (princípio do prazer, valorização das atitudes e da rebeldia). A reflexão sobre o movimento da contracultura no Brasil nos anos 60 e 70 e seus reflexos na sociedade contemporânea, sobretudo em relação à literatura periférica, é o objeto do presente trabalho, que partirá de uma reflexão acerca de alguns grupos de jovens de favela que buscam revelar as suas identidades sem se vitimizar; ao contrário, são protagonistas das suas histórias de vida, através da afirmação territorial de suas comunidades de origem. Considerando o surgimento das narrativas a partir de núcleos periféricos, e tomando como um dos exemplos de análise o Grupo Cultural Olodum, instituição sem fins lucrativos e de utilidade pública, fundada em 1979 e que atua no cenário cultural e social de Salvador/ Bahia, transmitindo conhecimento artístico e técnico, bem como despertando nas crianças e nos jovens o sentimento de identidade, através da promoção do respeito à diversidade cultural e à singularidade humana, este artigo pretende tensionar os movimentos contemporâneos de contracultura como não só como legitimadores dessas histórias de vida, mas também como criadores de um espaço para investimento nas trajetórias individuais dos artistas e líderes dos grupos que são veiculadas na sua produção artística e cultural, com base na análise das práticas que advém dos estudos das poéticas orais (canto, música, dança).
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