O desenraizamento em Canto dos Emigrantes: subversão do Cordel do Fogo Encantado

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/boitata.2012v7.e31243

Palavras-chave:

Poéticas Orais, Canção, Desenraizamento

Resumo

Poéticas orais usualmente são associadas aos chamados etnotextos, isto é, discursos que a comunidade desenvolve sobre si mesma, em processos de legitimação vinculados à autoria coletiva. No entanto, a poesia de produção e circulação oralizada também se manifesta em produtos de natureza radicalmente diversa, em que a afirmação identitária é desfocada em prol da discussão sobre o desenraizamento – situações em que o homem vivencia experiências distintas das observadas em suas origens, abraçando o cosmopolitismo. Em uma aparente contradição, alguns dos bens culturais que melhor exploram o sentido de desenraizamento são produzidos por realizadores visceralmente conectados aos etnotextos, deixando entrever que a compreensão do ser parte de uma comunidade é indissociável dos sentimentos de não pertencimento, estrangeirismo e exílio. O artigo examina um desses textos, especificamente o poema Cantos dos emigrantes, de Alberto da Cunha Melo, musicado pela banda Cordel do Fogo Encantado. O objetivo é identificar e discutir como o desenraizamento é tratado nas esferas verbal e rítmica, constituindo o próprio cerne da composição em destaque.

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Biografia do Autor

Ana Claudia Freitas Pantoja, Universidade Estadual de Londrina

Doutoranda em Letras/Estudos Literários pela Universidade Estadual de Londrina. Mestra em Comunicação e Cultura Contemporâneas pela Universidade Federal da Bahia. Jornalista pela Universidade Federal do Ceará

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Publicado

2012-06-10

Como Citar

Pantoja, A. C. F. (2012). O desenraizamento em Canto dos Emigrantes: subversão do Cordel do Fogo Encantado. Boitatá, 7(13), 150–162. https://doi.org/10.5433/boitata.2012v7.e31243

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Seção

Seção Livre