Traduzindo Língua-Cultura: o caso de Venenos de Deus, Remédios do Diabo de Mia Couto
DOI:
https://doi.org/10.5433/boitata.2017v12.e30676Palavras-chave:
Tradução Literária, Moçambique, Cultura, Identidade moçambicana, Resistência cultural.Resumo
Segundo Walter Benjamin, traduzir não é informar, mas é realizar um conjunto de estratégias sobre a estrutura da linguagem a fim de recriá-la, transmitindo o essencial. No caso do livro “Venenos de Deus, remédios do Diabo”, de Mia Couto, lançado em 2008 pela Companhia das Letras, a narrativa se estrutura dentro do passado marcado pela colonização que incide sobre o tempo de agora em Moçambique. As memórias entrelaçadas das personagens assim como as falas revisitam antigas questões. Objetivou-se com essa pesquisa: i) realizar a versão do português moçambicano para o espanhol de três capítulos; ii) analisar e refletir sobre o papel do tradutor frente aos desafios colocados por um livro com fortes marcas culturais. A perspectiva de tradutória de Walter Benjamin revela a linguagem do escritor Mia Couto a partir da essência da obra: a marca da oralidade na escrita como modo de resistência cultural, sendo exteriorizada por meio de figuras de linguagem, rimas, neologismos e expressões idiomáticas.Downloads
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Referências
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Publicado
2017-09-14
Como Citar
Rossi, A. H., & Moreira, M. E. M. (2017). Traduzindo Língua-Cultura: o caso de Venenos de Deus, Remédios do Diabo de Mia Couto. Boitatá, 12(23), 30–42. https://doi.org/10.5433/boitata.2017v12.e30676
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Dossiê
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