A paisagem na obra de Fernando Namora: uma geografia das sensações
DOI:
https://doi.org/10.5433/1678-2054.2023vol43n2p141Palavras-chave:
Fernando Namora, Literatura portuguesa, Paisagem, PinturaResumo
O presente artigo tem como objetivo central propor uma reflexão sobre a obra de Fernando Namora a partir, principalemnte, do conceito de “Pensamento-paisagem”, de Michel Collot. Além de se dedicar à Literatura, Namora pintava, fazia esculturas, escrevia roteiros para cinema e participava como argumentista em projetos cinematográficos. Assim como transitou pelas artes, também circulou por diferentes paisagens entre o campo e a cidade. Tais espaços marcaram muito suas composições. Dialogando com essas inclinações biográficas, mas não se limitando a apenas transpor a experiência vivida para a produção literária, o artigo pretende demonstrar como a paisagem contribui para a construção de suas obras, considerando a análise de alguns poemas da antologia As frias madrugadas (1951) em ressonância com duas pinturas do autor: Árvores (1964) e Paisagem (1972). A investigação apoia-se, principalmente, nos Pontos de vista sobre a percepção de paisagens (2012) e na Poética e Filosofia da paisagem (2013), de Michel Collot.
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