A poesia-outra de Carlito Azevedo
DOI:
https://doi.org/10.5433/1678-2054.2020v38p90Palavras-chave:
Modernidade e contemporaneidade, Experimentalismo, Poesia lírica, Carlito AzevedoResumo
A tradição da ruptura e as tensões dissonantes em torno da modernidade lírica instauraram a crise como elemento fundador da experiência moderna. Inovações e experimentalismos na composição poética feitas a partir de categorias negativas, anormais e obscuras se firmaram como marcas dessa poesia desde Baudelaire e em seus herdeiros. Os vestígios da crise de verso e das cisões instauradas no modo de sentir lírico da modernidade se unem às tendências da inespecificidade da arte, da desterritorialização, da desconstrução e do hibridismo sintomáticos de poéticas contemporâneas. Carlito Azevedo é um dos principais nomes da recente lírica brasileira cuja obra poética causa, simultaneamente, estranhamento e fascínio em seus leitores pelo seu caráter inespecífico. Na tentativa de investigar a obscuridade intencional presente nos experimentos do poeta fluminense, principalmente mantendo os olhos fixos nos tempos, discursos e elementos utilizados como matéria de poesia, faremos um exercício de leitura de algumas passagens do Livro das postagens, publicado em 2016, composto de dois poemas que põem em xeque a própria noção de poesia lírica.Downloads
Referências
AGAMBEN, Giorgio. O homem sem conteúdo. Trad. Cláudio Oliveira. Belo Horizonte: Autêntica, 2012a.
AZEVEDO, Carlito. Livro das postagens. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2016.
AZEVEDO, Carlito. Monodrama. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2009.
AZEVEDO, Carlito. Sublunar. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2001.
BÜRGER, Peter. Teoria da vanguarda. Trad. José Pedro Antunes. São Paulo: Cosac Naify, 2008.
FRIEDRICH, Heinrich. Estrutura da lírica moderna: da metade do século XIX a meados do século XX. Trad. Marise M. Curioni. São Paulo: Duas Cidades, 1978.
GARRAMUÑO, Florencia. As práticas da impertinência. Frutos estranhos: sobre a inespecificidade na estética contemporânea. Trad. Carlos Nougué. Rio de Janeiro: Rocco, 2014, pp. 9-29.
GARRAMUÑO, Florencia. O império dos sentidos: poesia, cultura e heteronomia. Célia Pedrosa & Ida Alves. Subjetividades em devir: estudos de poesia moderna e contemporânea. Rio de Janeiro: 7 Letras, pp. 82-91.
GARRAMUÑO, Florencia. O passo de prosa na poesia contemporânea. Frutos estranhos: sobre a inespecificidade na estética contemporânea. Trad. Carlos Nougué. Rio de Janeiro: Rocco, 2014, p. 49 – 81.
MARTELO, Rosa Maria. Poesia e des-equilíbrios. A forma informe: leituras de poesia. Lisboa: Assírio & Alvim, 2010, pp. 9-18.
MORICONI, Italo. Poesia e crítica, aqui e agora (ensaio de vocabulário). Beatriz Resende & Ettore Finazzi-Agró. Possibilidades da nova escrita literária no Brasil. Rio de Janeiro: Revan, 2014, pp. 81-90.
SISCAR, Marcos. Poesia e crise: ensaios sobre a “crise da poesia como topos da modernidade. Campinas: Editora da Unicamp, 2010.
SÜSSEKIND, Flora. A imagem em estações – observações sobre “Margens”, de Carlito Azevedo. Célia Pedrosa & Ida Alves. Subjetividades em devir: estudos de poesia moderna e contemporânea. Rio de Janeiro: 7 Letras, pp. 63-81.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Terra Roxa e Outras Terras: Revista de Estudos Literários
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a) Os(as) autores(as) mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, sendo o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution International 4.0 License, permitido o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
b) Os(as) autores(as) têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho em linha (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) após o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
d) Os(as) autores(as) dos trabalhos aprovados autorizam a revista a, após a publicação, ceder seu conteúdo para reprodução em indexadores de conteúdo, bibliotecas virtuais e similares.
e) Os(as) autores(as) assumem que os textos submetidos à publicação são de sua criação original, responsabilizando-se inteiramente por seu conteúdo em caso de eventual impugnação por parte de terceiros.