Paisagem sublime e paixão: Gonçalves Dias leitor crítico de Turquety
DOI:
https://doi.org/10.5433/1678-2054.2023vol43n2p116Palabras clave:
Gonçalves Dias, Turquety, Romanticismo, sublime, naturaleza.Resumen
Poeta francês hoje completamente esquecido, Édouard Turquety é, no entanto, o escritor que mais empresta seus versos para servirem de epígrafes a diferentes poemas dos Primeiros Cantos (1846), de Gonçalves Dias, a obra verdadeiramente inaugural do nosso Romantismo. Chama a atenção, contudo, o fato de que nas obras seguintes – Primeiros cantos (1848) e Segundos cantos (1851) - ele desapareça de cena, enquanto outros escritores também presentes enquanto epígrafes no primeiro livro do poeta brasileiro não só permanecem nos cantos seguintes como até aumentam seu número de ocorrências – é o caso de Byron, Victor Hugo e Zorrilla. Este artigo procura investigar a razão para um desequilíbrio tão flagrante, avançando a hipótese segundo a qual Gonçalves Dias teria se dado conta bem cedo de que, a despeito da admiração juvenil que nutria pelo francês, suas concepções poéticas eram bastante distintas, em particular no que diz respeito à natureza. Discípulo de Lamartine, Turquety apresentava a natureza ainda como um objeto de contemplação, enquanto poemas como “O mar”, ao contrário, colocam o pathos e a desmesura no centro da representação da natureza, como fonte primária do sublime segundo a concepção pioneira de Edmund Burke.
Métricas
Citas
ACKERMANN, Fritz. A obra poética de Gonçalves Dias. São Paulo: Departamento de Cultura, 1940.
AGUETTANT, Louis. Lectures des Méditations poétiques de Lamartine. Paris: L´Harmattan, 2000.
BANDEIRA, Manuel, org. Obras poéticas de Gonçalves Dias. 2 vols. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1944.
BURKE. Edmund. A Philosophical Enquiry into the Origin of our Ideas of the Sublime and Beautiful. Adam Phillips, org. Oxford: Oxford UP, 1998.
CANDIDO, Antonio. Formação da literatura brasileira. Vol. II. São Paulo/Belo Horizonte: Edusp/Itatiaia, 1975.
COMPAGNON, Antoine. O trabalho da citação. Trad. Cleonice P. B. Mourão. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2007.
CROUZET, Michel. La poétique de Stendhal: forme et société. Le sublime. Paris: Flammarion, 1983.
DIAS, A. Gonçalves. Cantos: coleção de poezias. Leipzig: F. A. Brockhaus, 1857. Disponível em: https://digital.bbm.usp.br/view/?45000018374#page/186/mode/2up.
GENETTE, Gérard. Paratextos editoriais. Trad. Álvaro Faleiros. Cotia: Ateliê, 2009.
GUILLEMIN, Henri. Le Jocelyn de Lamartine, étude historique et critique avec des documents. Paris: Boivin et Cie., 1935.
KRISTEVA, Julia. Sémiotiké: recherches pour une semanalyse. Paris: Seuil, 1969.
JENNY, Laurent. La stratégie de la forme. Poétique, 27, p. 257-281, 1976.
LEAL, Antônio Henriques. Antônio Gonçalves Dias: notícia da sua vida e obras. Lisboa: Imprensa Nacional, 1875.
MOTTA, Arthur. Perfis acadêmicos. Cad. n. 15. Gonçalves Dias (Antonio). Revista da Academia Brasileira de Letras, Rio de Janeiro, v. XXIX, p. 413-430, abril de 1929.
PEREIRA, Lúcia Miguel. A vida de Gonçalves Dias. Rio: José Olympio, 1943.
PEYRACHE-LEBORGNE, Dominique. La poétique du sublime: de la fin des Lumières au romantisme. Paris: Honoré Champion, 1997.
SAINTE-BEUVE. Oeuvres I – Premiers Lundis/Début des Portraits littéraires. Org. Maxime Leroy. Paris: Gallimard/Bibliothèque de la Pléiade, 1949.
SAULNIER, Frédéric. La vie d´un poète: Édouard Turquety (1807-1867). Estudo biográfico. Paris/Nantes: Jules Gervais/Émile Grimaud, 1885. Disponível em: https://books.google.fr/books?id=hm8GAAAAQAAJ&pg=PA265&hl=pt-BR&source=gbs_selected_pages&cad=2#v=onepage&q&f=false.
SCANFF, Yvon le. La nature dans Les contemplations: figuration et représentation. Ludmila Charles-Wurst & Judith Wulf, orgs. Lectures des Contemplations. Rennes: Presses Universitaires de Rennes, 2016. 215-227.
SCHILLER, Friedrich. Acerca do sublime. Teoria da tragédia. São Paulo: EPU, 1992. 49-70.
SCHILLER, Friedrich. A educação estética do homem (XXXX). Trad. Roberto Schwarz e Márcio Suzuki. São Paulo: Iluminuras, 1990
SCHILLER, Friedrich. Poesia ingênua e sentimental. Trad. Márcio Suzuki. São Paulo: Iluminuras, 1991.
SILVA, Manoel Nogueira da. Bibliografia de Gonçalves Dias. Rio: Imprensa Nacional, 1942.
STEEL, Daniel, org. Lettres d´Émile Silvestre à Édouard Turquety: 1826-1852. Rennes: PU de Rennes, 2012.
TURQUETY, Édouard. Poésies de Édouard Turquety: Amour et foi. (Poésie catholique, Hymnes sacrées). Paris: Sagnier et Bray, 1846. Disponível em: https://gallica.bnf.fr/ark:/12148/bpt6k6580743s/f1.item.zoom.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2023 Marcos Peres
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
Los autores que publican en esta revista aceptan los siguientes términos:
a) Los autores conservan los derechos de autor y otorgan a la revista el derecho de primera publicación, siendo la obra licenciada simultáneamente bajo la Licencia Creative Commons Reconocimiento-No Comercial 4.0 Internacional, permitiendo la compartición de la obra con reconocimiento de la autoría de la obra y publicación inicial en este periódico académico.
b) Los autores están autorizados a asumir contratos adicionales por separado, para distribución no exclusiva de la versión del trabajo publicado en esta revista (por ejemplo, publicar en un repositorio institucional o como capítulo de libro), con reconocimiento de autoría y publicación inicial en esta revista. diario.
c) Se permite y anima a los autores a publicar y distribuir su trabajo en línea (por ejemplo, en repositorios institucionales o en su página personal) después del proceso editorial, ya que esto puede generar cambios productivos, así como aumentar el impacto y la citación del trabajo publicado (Ver Efecto del Acceso Abierto).
d) Los autores de los trabajos aprobados autorizan a la revista para que, luego de la publicación, transfiera su contenido para su reproducción en indexadores de contenido, bibliotecas virtuales y similares.
e) Los autores asumen que los textos sometidos a publicación son de su creación original, asumiendo total responsabilidad por su contenido en caso de objeción por parte de terceros.