O pensamento-paisagem em três narrativas portuguesas do século XX – "Bolor", "Finisterra" e "Um beijo dado mais tarde"
DOI:
https://doi.org/10.5433/1678-2054.2023vol43n2p12Palabras clave:
Pensamento-paisagem, Bolor, Finisterra, Um beijo dado mais tardeResumen
Bolor (1968), de Augusto Abelaira, Finisterra. Paisagem e Povoamento (1978), de Carlos de Oliveira, e Um beijo dado mais tarde (1990), de Maria Gabriela Llansol, são obras já paradigmáticas no contexto da narrativa portuguesa do século XX. Orientadas por diretrizes estéticas, temáticas e ideológicas distintas, todas as três participam dum contexto geral de mutação dos paradigmas tradicionais de construção narrativa e põem em xeque a verdade e a acessibilidade dos referentes, projetando, para além da ficção, modos de percepção menos unívocos e categoriais – tais modos de percepção, que contrariam “as dicotomias habituais do pensamento conceitual”, Michel Collot designa-os por “pensamento-paisagem”. No interior desses universos narrativos, são sobretudo as dimensões espaciotemporais as responsáveis por sustentar o problema da referencialidade em ficção e estimular as personagens (e o leitor) a confrontarem-se com o caráter de construto dos universos narrativos e com a ficcionalidade dos referentes.
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