A tuiteratura escrita por meios de fios: notas sobre o gênero tuiteromance
DOI:
https://doi.org/10.5433/1678-2054.2023vol43n1p39Palavras-chave:
Literatura eletrônica, Twitter, Narrativa, TuiteromanceResumo
Neste artigo, analisamos um gênero emergente da literatura eletrônica: o “tuiteromance”, no qual obras no Twitter compartilham características com o gênero romance, mas com a adição de particularidades técnicas e estéticas da “tuiteratura”. Para tanto, apresentamos o gênero e, na sequência, analisamos três narrativas: “Descobri um assassinato no Twitter”, de Modesto García (@modesto_garcia); “#RedMonkey”, do mesmo autor, mas em parceria com Manuel Bartual (@ManuelBartual); e “Boi”, de Eduardo Hanzo (@EduardoHanzo). Enfocamos na estrutura e organização dos tuítes; nos recursos hipermidiáticos utilizados na narrativa; na interação de escritor e leitores; e nas características que esses textos assumem no Twitter. Percebemos que os “fios”, recurso do Twitter criado em 2017, permitem mais praticidade à escrita, compartilhamento e leitura dos tuiteromances; e que os recursos hipermidiáticos ajudam na constituição de verossimilhança, economia de caracteres e trazem mais dinamicidade às obras. Também, permite aos autores e leitores interações diretas e indiretas. Concluímos que os tuiteromances compõem um gênero inovador, atinente à literatura eletrônica de terceira geração; que seu estilo é definido por uma combinação entre a criação literária e os recursos técnico-comunicacionais da plataforma; e que o surgimento do “fio” é um ponto de virada na estética do gênero.
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