Machado mashup ou o hipertexto lúdico: "O alienista caçador de mutantes"
DOI:
https://doi.org/10.5433/1678-2054.2025vol45n1p85Palavras-chave:
Machado de Assis, pós-produção,, transtextualidade, mashup literárioResumo
O objetivo deste artigo é refletir sobre a adaptação do conto "O alienista" (1882), de Machado de Assis, para a estética da literatura do mashup, tendo como principal objeto de análise a narrativa O alienista caçador de mutantes (2010), de Natália Klein. O mashup consiste, em linhas gerais, na apropriação de um texto literário clássico e canônico ao qual se inserem elementos oriundos da cultura pop e digital, resultando em um texto híbrido, em que culturas divergentes, ou assim entendidas, se entrelaçam. A apropriação do texto machadiano a partir dessa estratégia levanta questões sobre os processos de adaptação, de modo geral, bem como um debate em torno de noções importantes nesse campo de investigação, tais como originalidade e autoria. Nossa proposta de leitura considera que a adaptação de "O alienista" para a estética do mashup pode ser entendida como uma prática de transtextualidade do "regime lúdico do hipertexto", conforme formulada por Gérard Genette. Também utilizaremos o conceito de "pós-produção", de Nicolas Bourriaud, para refletir sobre os procedimentos de apropriação na cultura contemporânea.
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