A natureza em labirinto de espelhos em "A Desumanização", de Valter Hugo Mãe
DOI:
https://doi.org/10.5433/1678-2054.2023vol43n2p219Palavras-chave:
A Desumanização, Valter Hugo Mãe, Espaço poético, Imaginação poéticaResumo
O objetivo deste ensaio é discutir a maneira como a natureza da Islândia se revela na narrativa de Halla, protagonista do romance A desumanização (2017), do escritor português Valter Hugo Mãe. Recriada de forma mítica, a Islândia se inscreve por metáforas, tornando-se também ela uma personagem narrativa. A natureza também é espelho. Em processo de desdobramentos, natureza e personagens refletem-se mutuamente causando um efeito labiríntico que traz densidade poética ao texto. Espaços internos e externos, pela imaginação da personagem protagonista, se replicam e confundem, sugerindo imagens nas quais é impossível distinguir realidade e fantasia. Para analisarmos essa construção espelhada, recorremos, principalmente, aos estudos de Gaston Bachelard referentes ao espaço, à imaginação e ao fogo como elemento para a construção poética. Também nos apoiaremos nas reflexões de Jorge Luís Borges sobre o conceito de labirinto. O objetivo maior do ensaio é contribuir com a fortuna crítica do autor e da obra, oferecendo uma abordagem crítica sobre a construção do espaço poético do romance em questão.
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