Parasitas apicomplexas em cérebro de animais silvestres mortos em estradas do Estado do Paraná, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.5433/1679-0359.2022v43n3p1365Palavras-chave:
Animais selvagens, Atropelamento, Neospora caninum, Sarcocystis spp., Toxoplasma gondii.Resumo
O uso de animais silvestres atropelados é uma estratégia eficiente para a pesquisa científica de patógenos. O objetivo deste estudo foi detectar DNA de parasitas do filo Apicomplexa em amostras de cérebro de animais silvestres atropelados nas mesorregiões Centro-Norte e Pioneira do Norte do Paraná, Brasil. Os transectos pré-estabelecidos foram percorridos semanalmente; quando encontrados, os animais foram armazenados em embalagens individuais e enviados para autópsia. Os fragmentos cerebrais foram coletados e mantidos a -20 ° C até o processamento. O DNA extraído das amostras foi amplificado por nested-PCR para o gene 18S rDNA do filo Apicomplexa. Todas as amostras positivas foram submetidas ao sequenciamento de DNA para definição da espécie. Um total de 90 animais foram coletados, no entanto, foram incluídos no estudo apenas 68 animais (75,6%) que apresentavam encéfalo. No sequenciamento foi possível identificar parasitos apicomplexos pelo sequenciamento de DNA em quatro amostras: Sarcocystis spp. em Colaptes melanochloros (pica-pau-verde-barrado) e em Mazama gouazoubira (veado-catingueiro); Neospora caninum em Leopardus pardalis (jaguatirica); e T. gondii em Didelphis albiventris (gambá-de-orelha-branca). Os resultados demonstraram que protozoários com relevância econômica e de saúde pública estavam presentes em animais silvestres, o que pode favorecer a infecção de humanos e animais.Downloads
Referências
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