Trocas gasosas, crescimento e produção de mini-melancieira irrigada com águas salinas e adubação fosfatada
DOI:
https://doi.org/10.5433/1679-0359.2020v41n6Supl2p3039Palavras-chave:
Citrullus lanatus, Estresse salino, Semiárido.Resumo
No semiárido do Nordeste brasileiro devido à ocorrência do excesso de sais, tanto na água como no solo, as plantas estão constantemente expostas às diversas condições de estresses abióticos. Assim, é de extrema importância a identificação de alternativas capazes de minimizar os efeitos decorrentes do estresse salino sobre as plantas como forma de garantir a expansão das áreas irrigadas. Neste contexto, objetivou-se com este trabalho avaliar as trocas gasosas, o crescimento e a produção de mini-melancieira irrigada com águas salinas e adubadas com fósforo. A pesquisa foi desenvolvida em vasos sob condições de casa-de-vegetação em Pombal, PB, utilizando-se o delineamento de blocos casualizados em esquema fatorial 5 x 4, correspondendo a cinco níveis de condutividade elétrica da água de irrigação - CEa (0,3; 1,3; 2,3; 3,3 e 4,3 dS m-1), quatro doses de fósforo - DP (60; 80; 100 e 120% da recomendação), com três repetições. As plantas de melancieira cv. Sugar Baby foram sensíveis a salinidade da água a partir de 0,3 dS m-1, destacando-se inibição nas trocas gasosas, no crescimento e na produção. A redução na taxa de assimilação de CO2 nas plantas de melancieira cv. Sugar Baby está associado a fatores de origem estomáticos e não estomáticos. Doses de fosforo correspondente a 73 e 88% da recomendação promoveram aumento na concentração intercelular de CO2 e no diâmetro de caule das plantas de mini-melancia. Doses de P2O5 variando de 60 a 120% da recomendação não amenizou os efeitos do estresse salino no cultivo da melancieira cv. Sugar Baby.Downloads
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