Produção e rentabilidade de sistemas de rotação de culturas no sul do Brasil
DOI:
https://doi.org/10.5433/1679-0359.2020v41n6p2541Palavras-chave:
Agricultura conservacionista, Plantio direto, Plantas de cobertura.Resumo
A rotação de culturas é um dos pilares da agricultura de conservacionista. Esta prática tem uma série de vantagens, melhorando as condições físicas, químicas e biológicas do solo. Isto resulta em aumentos de produtividade de todas as culturas econômicas envolvidas nos sistemas de rotação, podendo também reduzir os custos de produção. Neste contexto, o objetivo deste estudo foi comparar a rentabilidade dos sistemas de rotação de culturas com diferentes níveis de diversificação. O desenho experimental foi de blocos ao acaso, com cinco tratamentos e quatro repetições. Os tratamentos foram compostos de um sistema de rotação de culturas pouco diversificado (controle), com trigo no inverno, seguido de soja no verão, e quatro sistemas de rotação de culturas diversificados (envolvendo três ou mais espécies), incluindo soja, trigo, aveia preta, milho, canola, cevada, tremoço azul, aveia branca, feijão, rabanete, triticale, centeio, ervilhaca peluda, sorgo e trigo mourisco, conduzido em plantio direto, por um ciclo de três anos. Para as análises foram considerados a produtividade, a receita, o custo operacional, a margem bruta e o lucro econômico. Os maiores rendimentos brutos foram obtidos em sistemas de rotação de culturas mais diversificados. Os resultados mostram que sistemas mais diversificados de rotação de culturas são mais rentáveis e economicamente mais vantajosos. Quando considerado o custo de oportunidade, apenas as rotações de culturas mais diversificadas apresentaram viabilidade econômica. O sistema de rotação de culturas menos diversificado não apresentou lucro econômico. Os sistemas de rotação de culturas que incluíam o feijão foram os apresentaram o melhor desempenho econômico.Downloads
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