Caracterização da qualidade fisiológica de sementes de soja produzidas em Santa Catarina
DOI:
https://doi.org/10.5433/1679-0359.2020v41n1p49Palavras-chave:
Germinação, Glycine max, Series temporais, Vigor.Resumo
Como sementes de soja produzidas em Santa Catarina têm potencial para novas estratégias de comercialização, pois possuem qualidade superior aos padrões exigidos pela legislação. A comprovação deste potencial é possível através do uso de análises de séries temporais. Com isso, o objetivo deste estudo foi caracterizar uma qualidade fisiológica de sementes de soja produzida no estado de Santa Catarina nas últimas 5 safras, buscando obter novas estratégias de comercialização com base na qualidade das sementes. Os resultados históricos dos percentuais de germinação e vigor de sementes de soja foram registrados nas safras 2012/2013 a 2016/2017, totalizando 4606 lotes. Para validação desses dados, na safra 2016/2017, foram coletadas 100 sementes de soja e conduzidas ou teste de germinação e vigor no laboratório de análise de sementes. Os dados do histórico foram usados para análise estatística usando séries temporais e regressão. Ao conjunto de dados foram incluídos os 100 lotes analisados no safra 2016/2017 e ranqueados nas classes de germinação e vigor. O percentual de germinação e vigor dos lotes mantidos é superior a 90% e 87%, respectivamente, com redução de 0,32% na germinação e 0,80% para vigor ao longo das cinco safras analisadas, evidenciando que há manutenção da qualidade das sementes ao longo das safras. A manutenção está atrelada a fatores climáticos favoráveis à produção e armazenamento de sementes de soja observadas em Santa Catarina. Do total de lotes analisados (4606) a cinco safras, 3.500 lotes (76%) apresentaram germinação superior a 90% e 3.178 lotes (69%) vigor superior a 85%. Dos 100 lotes analisados na safra 2016/2017, 55 relataram germinação acima de 90% e 58 de vigor superior a 85%. Os resultados obtidos na safra 2016/2017 validam uma série histórica e comprovam a alta qualidade fisiológica das sementes de soja produzidas em Santa Catarina. O estudo permite concluir que a função de estabilidade das condições climáticas no estado de Santa Catarina produz sementes de soja com qualidade fisiológica acima dos padrões permitidos, ou que permite definir um padrão mínimo de vigor de 85% para a comercialização de sementes de soja.Downloads
Referências
Alliprandini, L. F., Abatti, C., Bertagnolli, P. F., Cavassim, J. E., Gabe, H. L., Kurek, A.,… Steckling, C. (2009). Understanding soybean maturity groups in brazil: environment, cultivar classification, and stability. Crop Science, 49(3), 801-808. Retrieved from https://www.embrapa. br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/852648/understanding-soybean-maturity-groups-in-brazil-environment-cultivar-classification-and-stability
Associação Brasileira de Sementes e Mudas. Estatísticas. Brasília: ABRASEM. Retrieved from: http://www.abrasem.com.br/estatisticas/
Bishaw, Z., Struik, P., & Van Gastel, A. (2012). Farmers' seed sources and seed quality: 1. physical and physiological quality. Journal of Crop Improvement, 26(5), 655-692. doi: 10.1080/15427528.2012.670695
Carvalho, C. F., Uarrota, V. G., Souza, C. A., & Coelho, C. M. M. (2017). Physiological quality of soybean seed cultivars (Glycine max (L.) Merr.) with different maturity groups. Research Journal of Seed Science, 10(2), 59-72. doi: 10.3923/rjss.2017.59.72
Cavassim, J., Bespalhok, J., Fº, Alliprandini, L., Oliveira, R. A., Daros, E., & Guerra, E. P. (2013). Stability of soybean genotypes and their classification into relative maturity groups in Brazil. American Journal of Plant Sciences, 4(11), 2060-2069. doi: 10.4236/ajps.2013.411258
Companhia Nacional de Abastecimento. (2018). Acompanhamento da safra brasileira de grãos - safra 2017/18 (Vol. 5, n. 12, pp. 1-148). Brasília: CONAB. Recuperado de https://www.conab.gov.br/info-agro/safras/graos
Corbineau, F. (2012). Markers of seed quality: from present to future. Seed Science Research, 22(Suppl. 1), S61-S68. doi: 10.1017/S0960258511000419
Di Girolamo, G., & Barbanti, L. (2012). Treatment conditions and biochemical processes influencing seed priming effectiveness. Italian Journal of Agronomy, 7(2), 178-188. doi: 10.4081/ija.2012.e25
Egli, D. B, & Rucker, M. (2012). Seed Vigor and the uniformity of emergence of corn seedlings. Crop Science, 52(6), 2774-2782. doi: 10.2135/cropsci2012.01.0064
Egli, D. B., Hamman, B., & Rucker, M. (2010). Seed vigor and uniformity of seedling emergence in soybean. Seed Technology Journal, 32(2), 87-95. Retrieved from https://www.jstor. org/stable/23433600?seq=1#page_scan_tab_contents
França, J. B., Neto, Krzyzanowski, F. C., & Pádua, G. P. (2017). Características fisiológicas da semente: vigor, viabilidade, germinação, danos mecânicos tetrazólio, deterioração por umidade tetrazólio, dano por percevejo tetrazólio e sementes verdes. In A. A. Henning, F. A. Henning, F. C. Krzyzanowski, G. P. Pádua, I. Lorini, J. B. França-Neto, J. M. G. Mandarino, M. A. Oliveira, M. H. Hirakuri, R. S. Leite, V. T. Benassi. Qualidade de sementes e grãos comerciais de soja no Brasil - safra 2015/16. (Seção I, pp. 35-61). Londrina: Embrapa Soja.
França, J. B., Neto, Krzyzanowski, F. C., Henning, A. A., Pádua, G. P., Lorini, I. & Henning, F. A. (2016). Tecnologia da produção de semente de soja de alta qualidade. Londrina: Embrapa Soja.
França, J. B., Neto. (2016). Características fisiológicas da semente: germinação, vigor, viabilidade, danos mecânicos tetrazólio, deterioração por umidade tetrazólio e dano por percevejo tetrazólio. In A. A. Henning, D. S. Corrêa, F. A. Henning, F. C. Krzyzanowski, G. P. Pádua, I. Lorini, J. B. França-Neto, J. M. G. Mandarino, M. A. Oliveira, M. H. Hirakuri, R. S. Leite, V. P. Scagion, V. T. Benassi. Qualidade de sementes e grãos comerciais de soja no Brasil - safra 2014/15. (Seção I, pp. 31-47). Londrina: Embrapa Soja.
Frandoloso, V., Meneghello, G. E., André, M. A., Deuner, C., & Menegaz, W. (2015). Physiological quality of soybean seeds produced in four edaphoclimatic regions of Santa Catarina. Journal of Seed Science, 37(3), 226-233. doi: 10.1590/ 2317-1545v37n3150086
Instituto Nacional de Meteorologia. (2018). Estações convencionais. Brasília: INMET. Recuperado de http://www.inmet.gov.br/sim/sonabra/dspDados Codigo.php?ODM4ODM.
Instrução Normativa nº 45, de 17 de setembro de 2013. Dispõe sobre padrões de produção e a comercialização de sementes de grandes culturas. Recuperado de http://www.agricultura.gov.br/assuntos/insumos-agropecuarios/insumos-agricolas/sementes-e-mudas/publicacoes-sementes-e-mudas/copy_of_INN45de17desetembrode2013.pdf
Jyoti, & Malik, C. P. (2013). Seed deterioration: a review. International Journal of Life Sciences Biotchenology and Pharma Reserch, 2(3), 374-385. Retrieved from: https://pdfs.semanticscholar.org/2fe3/e5d95cc525690b9d03776c20041caa4d1a06.pdf?_ga=2.266755722.501202613.1571610826-1897049009.1571610826
Khan, A. Z., Shah, P., Khan, H., Nigar, S., Perveen, S., Shah, M. K.,… Zubair, M. (2011). Seed quality and vigor of soybean cultivars as influenced by canopy temperature. Pakistan Journal of Botany, 43(1), 643-648. Retrieved from https://www.researchgate.net/publication/257136696_Seed_Quality_and_ Vigor_ of_Soybean_Cultivars_as_Influenced_by_Canopy_Temperature
Marcos, J., Fº, Kikuti, A. L. P., & Lima, L. B. (2009). Métodos para avaliação do vigor de sementes de soja, incluindo a análise computadorizada de imagens. Revista Brasileira de Sementes, 31(1), 102-112. doi: 10.1590/S0101-31222009000100012
Marcos, J., Fº. (2015). Seed vigor testing: an overview of the past, present and future perspective. Scientia Agricola, 72(4), 363-374 doi: 10.1590/0103-9016-2015-0007
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. (2009). Regras para análise de sementes. Brasília: MAPA/ACS. Recuperado de http://www.agricultura.gov.br/assuntos/laboratorios/ arquivos-publicacoes-laboratorio/regras-para-analise-de-sementes.pdf/view
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Sistema da Gestão da Fiscalização. (2018). Controle da produção de sementes e mudas - Indicadores. Brasília: MAPA. Recuperado de http://indicadores.agricultura.gov.br/sigefsementes/index.htm
Pereira, T., Coelho, C. M. M., Sobiecki, M., & Souza, C. A. (2015b). Physiological quality of soybean seeds depending on the preharvest desiccation. Planta Daninha, 33(3), 441-450. doi: 10.1590/S0100-83582015000300007
Pereira, T., Coelho, C. M. M., Souza, C. A., Mantovani. A., & Mathias, V. (2015a). Dessecação química para antecipação de colheita em cultivares de soja. Semina: Ciências Agrárias, 36(4), 2383-2394. doi: 10. 5433/1679-0359.2015v36n4p2383
R Core Team. (2016). R A language and environment for statistical computing (Version 3.1-103). Vienna: R Foundation for Statistical Computing. Retrieved from https://www.R-project.org/
Rajjou, L., Duval, M., Gallardo, K., Catusse, J., Bally, J., Job, C., & Job, D. (2012). Seed germination and vigor. Annual Review of Plant Biology, 63(1), 507-533. doi: 10.1146/annurev-arplant-042811-1055 50
Wiener, N. (1966). Extrapolation, interpolation and smoothing of stationary time series. Cambridge: MIT Press.
Wrege, M. S., Steinmetz, S. S., Reisser, C., Jr., Almeida, I. R., Garrastazu, M. C., Herter, F. G.,... MALUF J. R. T. (2012). Atlas climático da Região Sul do Brasil: Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. (2a ed.) Brasília: Embrapa Clima Temperado. Recuperado de https://www.embrapa.br/busca-de-publicacoes/-/publicacao/1045852/atlas-climatico-da-regiao-sul-do-brasil-estados-do-parana-santa-catarina-e-rio-grande-do-sul
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2019 Semina: Ciências Agrárias
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Semina: Ciências Agrárias adota para suas publicações a licença CC-BY-NC, sendo os direitos autorais do autor, em casos de republicação recomendamos aos autores a indicação de primeira publicação nesta revista.
Esta licença permite copiar e redistribuir o material em qualquer meio ou formato, remixar, transformar e desenvolver o material, desde que não seja para fins comerciais. E deve-se atribuir o devido crédito ao criador.
As opiniões emitidas pelos autores dos artigos são de sua exclusiva responsabilidade.
A revista se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da língua e a credibilidade do veículo. Respeitará, no entanto, o estilo de escrever dos autores. Alterações, correções ou sugestões de ordem conceitual serão encaminhadas aos autores, quando necessário.