Estudo retrospectivo de cães com lesões líticas vertebrais diagnosticadas tomograficamente: 28 casos (2012-2017)
DOI:
https://doi.org/10.5433/1679-0359.2019v40n5Supl1p2223Palavras-chave:
Doenças ósseas, Tomografia computadorizada, Cães, Osteopenia, Coluna Vertebral.Resumo
Lesões líticas vertebrais causam dor significativa e déficits neurológicos variáveis, podem causar perda sensitiva, motora e proprioceptiva, são causas de lise óssea as discoespondilites, tumores vertebrais, cistos ósseos, osteomielites, entre outras. O presente estudo objetiva analisar a prevalência de lesões líticas vertebrais na população canina a partir de achados tomográficos. Foi realizado estudo retrospectivo a partir dos achados descritivos de exames tomográficos simples e contrastados da coluna vertebral de cães, entre os anos de 2012 a 2017. Consistiu na análise sequencial de 371 laudos a fim de encontrar lesões líticas vertebrais, foram consideradas como líticas, áreas com osteopenia e área hipoatenuante seguida da Unidade Hounsfield inferior da vértebra sadia. Tratamento estatístico baseado no teste de Fisher e estatística descritiva. Foram observados 28 casos (7,54%) de lesões líticas vertebrais, estas tinham características de discoespondilite em 46,42% dos casos, com prevalência de machos e acometimento em extremidades craniais e caudais das vértebras, seguido de tumores vertebrais em 37,71% dos casos, com maior incidência em raças definidas, de porte médio e lesão unifocal em corpo vertebral; em menores números, foram observados cistos ósseos (10,71%) originando uma única lesão e osteomielites (7,14%). Estatisticamente foi observado que há apenas dependência entre as variáveis – número de vértebras e grau de comprometimento (focal e multifocal). A tomografia computadorizada é boa opção de avaliação da arquitetura e densidade óssea vertebral. Esse estudo além de mostrar a descrição e prevalência de lesões líticas no grupo de cães estudado, enaltece a importância do uso de técnicas avançadas de diagnóstico por imagem, como a tomografia computadorizada para observância e identificação de tais lesões, algumas alterações são tipicamente observadas e servem de guia para o planejamento de mais exames como biópsia óssea seguida de cultura e antibiograma e/ou histopatologia. Pode-se concluir que lesões líticas têm incidência considerável, prejudicam a arquitetura da vértebra, e a tomografia computadorizada mostra-se como uma ótima ferramenta para diagnóstico deste distúrbio. Percebeu-se prevalência em cães do sexo masculino, castrados, com raça definida, de porte médio, com lesão unifocal e lesões líticas associadas à discoespondilites.Downloads
Referências
BURKERT, B. A.; KERWIN, S. C.; HOSGOOD, G. L.; PECHMAN, R. D.; FONTENELLE, J. P. Signalment and clinical features of diskospondylitis in dogs: 513 cases (1980-2001). Journals - American Veterinary Medical Association, v. 227, n. 2, p. 268-275, 2005. DOI: 10.2460/javma.2005.227.268
CHEON, B.; PARKS, S.; LEE, S. K.; CHO KO; CHOI, J. Variation of canine vertebral bone architecture in computed tomography. Journal of Veterinary Science, v. 19, n. 1, p. 145-150, 2018. DOI: 10.4142/jvs.2018.19.1.145
CHEW, F. S.; KLINE, M. J. Diagnostic yield of CT-guided percutaneous aspiration procedures in suspected spontaneous infectious diskitis. Radiology, v. 218, n. 1, p. 211-214, 2001. DOI: 10.1148/radiology.218.1.r01ja06211
CLEZARDIN, P.; TETI, A. Bone metastasis: pathogenesis and therapeutic implications. Clinical & Experimental Metastasis, v. 24, n. 8, p. 599-608, 2007. DOI: 10.1007/s10585-007-9112-8
COSTA, R. C. da. Neoplasias intracranianas, espinais e de nervos periféricos. In: DALECK, C. R.; NARDI, A. B. B. de Oncologia em cães e gatos. 2. ed. Rio de Janeiro: Ed. Guanabara, 2016. p. 864-907.
COSTA, R. C. da. Princípios e aplicações da ressonância magnética. In: DEWEY, C. W.; COSTA, R. C. da. Neurologia canina e felina Guia prático. São Paulo: Ed. Guará. 2017. p. 108-167.
COSTA, R. C. da; COOK, L. B. Cystic abnormalities of the spinal cord and vertebral column. Veterinary Clinics of North America: Small Animal Practice, v. 46, n. 2, p. 277-293, 2016. DOI: 10.1016/j.cvsm.2015.10.010
CSÉBI, P.; JAKAB, C.; JÁNOSI, K.; SELLYEI, B.; IPOLYI, T.; SZABÓ, Z.; ARANY-TÓTH, A.; NÉMETH, T. Vertebral osteomyelitis and meningomyelitis caused by pasteurella canis in a dog - clinicopathological case report. Acta Veterinaria Hungarica, v. 58, n. 4, p. 413-421, 2010. DOI: 10.1556/AVet.58.2010.4.2
CULP, W. T.; OLEA-POPELKA, F.; SEFTON, J.; ALDRIDGE, C. F.; WITHROW, S. J.; LAFFERTY, M. H.; REBHUN, R. B.; KENT, M. S.; EHRHART, N. Evaluation of outcome and prognostic factors for dogs living greater than one year after diagnosis of osteosarcoma: 90 cases (1997-2008). Journals - American Veterinary Medical Association, v. 245, n. 10, p. 1141-1146, 2014. DOI: 10.2460/javma.245.10.1141
DAVIS, M. J.; DEWEY, C. W.; WALKER, M. A.; KERWIN, S. C.; MOON, M. L.; KORTZ, G.D.; KOBLIK, P. D.; MAHAFFEY, M. B.; BUDSBERG, S. C.; SLATER, M. R. Contrast radiographic findings in canine bacterial diskospondylitis: a multicenter retrospective study of 27 cases. Journal of the American Animal Hospital Association, v. 36, n. 1, p. 81-85, 2000. DOI: 10.5326/15473317-36-1-81
GARG, V.; KOSMAS, C.; JOSAN, E. S. et al. Computed tomography-guided percutaneous biopsy for vertebral neoplasms: a department’s experience and hybrid biopsy technique to improve yield. Neurosurgical Focus - Journal of Neurosurgery, v. 41, p. E17, 2016. DOI: 10.3171/2016.4.FOCUS1614
GARG, V.; KOSMAS, C.; YOUNG, P. C.; TOGARU, U. K.; ROBBIN, M. R. Computed tomography-guided percutaneous biopsy for vertebral osteomyelitis: a department’s experience. Neurosurgical Focus - Journal of Neurosurgery, v. 37, n. 2, p. E10, 2014. DOI: 10.3171/2014.6.FOCUS14134
GONZALO-ORDEN, J. M.; ALTONAGA, J. R.; ORDEN, M. A. et al. Magnetic resonance, computed tomographic and radiologic findings in a dog with discospondylitis. Veterinary Radiology & Ultrasound, v. 41, n. 2, p. 142-144, 2000. DOI: 10.1111/j.1740-8261.2000.tb01467.x
GUISE, T. A.; MOHAMMAD, K. S.; CLINES, G. et al. Basic mechanisms responsible for osteolytic and osteoblastic bone metastases. Clinical Cancer Research, v. 12, n. 20, p. 6213s-6216s , 2006. DOI: 10.1158/1078-0432.CCR-06-1007
KOEHLER, C. L.; STOVER, S. M.; LECOUTEUR, R. A.; SCHULZ, K. S.; HAWKINS, D. A. Effect of a ventral slot procedure and of smooth or positive- profile threaded pins with polymethylmethacrylate fixation on intervertebral biomechanics at treated and adjacent canine cervical vertebral motion units. American Journal of Veterinary Research, v. 66, n. 4, p. 678-687, 2005. DOI: 10.2460/ajvr.2005.66.678
LOWRIE, M. L.; PLATT, S. R.; GAROSI, L. S. Extramedullary spinal cysts in dogs. Veterinary Surgery, v. 43, n. 6, p. 650-662, 2014. DOI: 10.1111/j.1532-950X.2014.12200.x
LUCAS, K.; BEHRENS, B. A; NOLTE, I.; GALINDO-ZAMORA, V.; BETANCUR, S.; ALMOHALLAMI, A.; BOUGUECHA, A.; MOSTAFA, A.; LERCH, M.; STUKENBORG-COLSMAN, C.; WEFSTAEDT, P. Comparative Investigation of Bone Mineral Density Using CT and DEXA in a Canine Femoral Model. Wiley Online Library, v. 35, n. 12, p. 2667-2672, 2017. DOI: 10.1002/jor.23574
PLATT, S., OLBY, N. J. Manual of canine and feline neurology. Gloucester: The British Small Animal Veterinary Association, 2013. 552 p.
RUOFF, C. M.; KERWIN, S. C.; TAYLOR, A. R. Diagnostic imaging of discospondylitis. Veterinary Clinics of North America: Small Animal Practice, v. 48, n. 1, p. 85-94, 2017. DOI: 10.1016/j.cvsm.2017.08.007
SAPIERZYŃSKI, R.; CZOPOWICZ, M. The animal-dependent risk factors in canine osteosarcomas. Polish Journal of Veterinary Sciences, v. 20, n. 2, p. 293-298, 2017. DOI: 10.1515/pjvs-2017-0035
SCHREIBER, J. J.; ANDERSON, P, A.; HSU, W. K. Use of computed tomography for assessing bone mineral. Neurosurg Focus, v. 37, n. 1, p. 1-8, 2014. DOI: 10.3171/2014.5.FOCUS1483
SEHN, J. K.; GILULA, L. A. Percutaneous needle biopsy in diagnosis and identification of causative organisms in cases of suspected vertebral osteomyelitis. European Journal of Radiology, v. 81, n. 5, p. 940-946, 2012. DOI: 10.1016/j.ejrad.2011.01.125
SHERGILL, U.; VITKOVSKI, T.; STOFFELS, G. MELISSA, KLEIN, M.; GIMENEZ, C.; ALICE, L.; COCKER, R.; CHAU. K.; DAS, K. Fine-needle aspiration biopsy of lytic bone lesions: An institution’s experience. Diagnostic Cytopathology, v. 45, n. 11, p. 989-997, 2017. DOI: 10.1002/dc.23807
SIMMONS, J. K.; HILDRETH, B. E.; SUPSAVHAD, W.; ELSHAFAE, S. M.; HASSAN, B. B.; DIRKSEN, W. P.; TORIBIO, R. E.; ROSOL, T. J. Animal models of bone metastasis. Veterinary Pathology, v. 52, n. 5, p. 827-841, 2015. DOI: 10.1177/0300985815586223
TINS, B. J.; CASSAR-PULLICINO, V. N.; LALAM, R. K. Magnetic resonance imaging of spinal infection. Topics in Magnetic Resonance Imaging, v. 18, n. 3, p. 213-222, 2007. DOI: 10.1097/RMR.0b013e3180f60c3f
TOBIAS, S.; JIMMY, S. Veterinary computed tomography. Chichester: Wiley-Blackwell, 2013. p.211.
TROST, M. E.; INKELMANN, M. A.; GALIZA, G. J. Occurrence of tumours metastatic to bones and multicentric tumours with skeletal involvement in dogs. Journal of Comparative Pathology, v. 150, n. 1, p. 8-17, 2014. DOI: 10.1016/j.jcpa.2013.07.002
WEISBRODE, S. E. Osso e articulações. In: McGAVIN, M. D.; ZACHARY, J. F. Bases da patologia em veterinária. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier/Mosby, 2009. p. 1041-1106.
WIDMER, W. R.; THRALL, D. E. Canine and feline vertebrae. In: THRALL, D. E. Textbook of veterinary diagnostic radiology. 6th ed. Missouri: Elsevier/Mosby, 2013. p. 172-193.
WISE-MILESTONE, L.; AKENSA, M. K.; THUDIB, N.; ROSOLB, T.; HOJJAT, S. P.; GRYNPAS; M. D.; WHYNE, C. M. Evaluating the effects of mixed osteolytic/osteoblastic metastasis on vertebral bone quality in a new rat model. Journal of Orthopaedic Research, v. 30, n. 5, p. 817-823, 2012. DOI: 10.1002/jor.21577
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2019 Semina: Ciências Agrárias
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Semina: Ciências Agrárias adota para suas publicações a licença CC-BY-NC, sendo os direitos autorais do autor, em casos de republicação recomendamos aos autores a indicação de primeira publicação nesta revista.
Esta licença permite copiar e redistribuir o material em qualquer meio ou formato, remixar, transformar e desenvolver o material, desde que não seja para fins comerciais. E deve-se atribuir o devido crédito ao criador.
As opiniões emitidas pelos autores dos artigos são de sua exclusiva responsabilidade.
A revista se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da língua e a credibilidade do veículo. Respeitará, no entanto, o estilo de escrever dos autores. Alterações, correções ou sugestões de ordem conceitual serão encaminhadas aos autores, quando necessário.