Concepção bakhtiniana de linguagem e de gênero discursivo: uma análise das orientações curriculares de língua portuguesa para o ensino médio
DOI:
https://doi.org/10.5433/1519-5392.2012v12n1p164Palabras clave:
Orientações Curriculares, Linguagem, Metodologia de ensinoResumen
O trabalho analisa o texto das Orientações Curriculares de Língua Portuguesa para o Ensino Médio, propostas pelo MEC em 2006, tendo em vista a presença e a pertinência de conceitos bakhtinianos presentes no texto e seu desdobramento para a prática do professor. O objetivo da análise é apresentar qual a concepção de linguagem adotada, demonstrando incoerências no caminho epistemológico apontado. Objetiva, ainda, verificar o conceito de gênero que permeia o texto, demonstrando que há imprecisão na abordagem desse conceito, que ora aponta para gêneros discursivos, ora para gêneros textuais. A fundamentação teórica que embasa a pesquisa é respaldada na perspectiva de Bakhtin e o Círculo e pretende demonstrar que o conceito de gênero concebido pelo Círculo bakhtiniano abarca a essência da língua, a discursividade, considerando primordialmente a construção dos sentidos, tratando-se, dessa maneira, de gênero discursivo, o que vai além do gênero textual. O texto das Orientações Curriculares, embora em alguns momentos aponte para o gênero discursivo, traz, predominantemente, a concepção de gênero textual, pois dimensiona as instâncias lingüísticas, textual e pragmática, com níveis separados de análise. O intento, assim, é demonstrar que as incoerências, no que diz respeito à concepção de linguagem e o conceito de gênero veiculado, trazem pouca contribuição para os professores no sentido de esclarecer acerca de uma metodologia mais significativa e profícua no ensino da língua materna e, ainda, demonstrar como a visão, trazida pelo Círculo de Bakhtin, parece ser mais fecunda no que diz respeito ao ensino de língua materna.
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Citas
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