Efeitos de sentidos do discurso de uma Big Tech sobre o PL das Fake News
DOI:
https://doi.org/10.5433/1519-5392.2023v23n4p388-408Palavras-chave:
Análise do Discurso, Mídia, PolíticaResumo
O algoritmo é a figura privilegiada atualmente para observarmos a determinação das práticas enunciativas midiáticas das Big Techs, o papel delas como sujeitos discursivo-ideológicos que trabalham simbolicamente para estabilizar uma série de evidências semânticas que naturaliza a formação social em que se encontram sujeitos. À luz da Análise de Discurso materialista, proposta por autores como Michel Pêcheux e Eni Orlandi, analisamos discursivamente distintas nomeações jornalístico-midiáticas para o Projeto de Lei 2630/2020 acerca da regulamentação das mídias digitais, levando-se em consideração a respectiva técnica informacional. A empresa Google (se) autorizou, em abril de 2023, enunciados assertivos acerca do projeto, midiatizado como “PL das Fake News”, em seu endereço principal: “o PL das Fake News pode aumentar a confusão sobre o que é verdade ou mentira no Brasil” e “o PL das Fake News pode piorar sua internet”. Tal nomeação deriva de um processo de transposição do jurídico para o jornalístico pela compreensão de efeitos de sustentação. Nosso objetivo é apontar a produção de efeitos de sentidos para o PL 2630/2020 em dizeres jornalísticos e interpretar quais dentre eles sustentam os dizeres de uma Big Tech como o Google.
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