O inglês vernacular afro-americano: descrição e implicações sociolinguísticas
DOI:
https://doi.org/10.5433/1519-5392.2020v20n2p43Palavras-chave:
Língua inglesa, Sociolinguística, Inglês vernacular afro-americanoResumo
Neste estudo abordamos questões relativas ao inglês vernacular afro-americano e suas implicações sociolinguísticas. A problemática levantada aqui refere-se ao cenário encontrado em muitas salas de aulas de escolas públicas regulares daquele país, nas quais diferentes etnias com diferentes línguas são atendidas por professores que, muitas vezes, se sentem desorientados quanto à forma de abordar tal multiplicidade. Nosso foco principal é a variedade do inglês vernacular afro-americano (IVAA) ou African American Vernacular English (AAVE). Estudos desenvolvidos desde a década se 1970, sobretudo os de Labov (1972, 2008), são até hoje discutidos, pois a situação dos falantes do IVAA parece ainda causar divergências entre os acadêmicos que pesquisam o assunto. A grande questão aqui é como conciliar a variante do IVAA com o ensino de inglês padrão/culto preconizado em sala de aula. No Brasil, encontramos situação semelhante quando nos referimos ao tratamento dado aos falantes da variedade rural (BORTONI-RICARDO, 2011). Além dos aspectos sócio-histórico-culturais sobre o ensino-aprendizagem de inglês aos afrodescendentes norte-americanos, apresentamos também os aspectos sintáticos causadores de divergências entre o inglês padrão/culto e o inglês vernacular afro-americano. Documentos oficiais americanos como o “Bilingual Education Act” (1968) e órgãos como o “National Council of Teachers of English” (2008) estão em consonância com pesquisadores como Labov (2008) e Pullum (1999) que reafirmam a necessidade de conscientizar o professorado sobre as questões sociolinguísticas envolvidas e alertam para o respeito e a aceitação de variantes não-padrão em sala de aula.
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Referências
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