A Canoa-livro dos narradores desana na obra "Antes o mundo não existia"
DOI:
https://doi.org/10.5433/boitata.2023v18.e47353Palabras clave:
Literatura indígena, Povo Desana, Animismo, Perspectivismo ameríndioResumen
A obra Antes o mundo não existia (2019 [1980]) apresenta a complexidade narrativa das histórias do povo Desana, localizado na região do Alto Rio Negro, na Amazônia. O texto foi composto por Umusi Pãrõkumu e Tõrãmʉ̃ Kẽhíri que traduziram do repertório oral desana para o português diversas histórias fundantes de sua cultura. Destacam-se, ao modo da épica e da literatura oral, os contos de criação do mundo e dos diversos seres, humanos e não humanos. Uma leitura cuidadosa desse texto exige o diálogo com teorias antropológicas, em especial, com o perspectivismo ameríndio de Eduardo Viveiros de Castro (2016), bem como a apreciação da oralidade (NAYAR, 2020), do mito (ELIADE, 2011; RIBEIRO, 1994), do animismo aplicado à literatura (GARUBA, 2012; ROONEY, 2006) e da literatura indígena contemporânea no Brasil (GRAÚNA, 2013; SÁ, 2012; ALMEIDA, QUEIROZ, 2004).
Descargas
Citas
ALMEIDA, M. I.; QUEIROZ, S. Na captura da voz: as edições da narrativa oral no Brasil. Belo Horizonte: Autêntica, 2004.
ANDRELLO, G. Falas, objetos e corpos: autores indígenas no alto rio Negro. Revista Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, v. 25, n. 73, p. 5-26, jun. 2010. DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-69092010000200001. DOI: https://doi.org/10.1590/S0102-69092010000200001
ELIADE, M. Mito e realidade. São Paulo: Perspectiva, 1960.
ELIADE, M. Mito e realidade. Tradução de Pola Civelli. São Paulo: Perspectiva, 2011.
GARUBA, H. Explorações no realismo animista: notas sobre a leitura e a escrita da literatura, cultura e sociedade africana. Tradução de Elisângela da Silva Tarouco. Nonada, Porto Alegre, ano 15, v. 2, n. 19, p. 235-256, 2012. Disponível em: https://www.redalyc.org/pdf/5124/512451673021.pdf. Acesso em: 23 ago. 2023.
GRAÚNA, G. Contrapontos da literatura indígena contemporânea no Brasil. Belo Horizonte: Mazza Edições, 2013.
HEAD, B. A question of power. Portsmouth: Heinemann, 1973.
MUNDURUKU, D. O caráter educativo do movimento indígena (1970-1990). São Paulo: Paulinas, 2012.
NAYAR, S. J. Before literature: the nature of narrative without the written word. London: Routledge, 2020. DOI: https://doi.org/10.4324/9780429281549
PÃRÕKUMU, U.; KẼHÍRI, T. Antes o mundo não existia: mitologia desana-kẽhíripõrã. Rio de Janeiro: Dantes Editora, 2019.
PÃRÕKUMU, U.; KẼHÍRI, T. Antes o mundo não existia: mitologia dos antigos desana-kẽhíripõrã. São João Batista do Rio Tiquié: UNIRT, 1995.
PLUMWOOD, V. Nature in the active voice. In: HARVEY, G. (org.). The handbook of contemporary animism. London: Routledge, 2015. p. 441-453.
RIBEIRO, B. G. Desana mythology: oral indigenous literature. The Humanistic Psychologist, Abingdon, v. 22, n. 2, p.166-181, jul. 1994. DOI 10.1080/08873267.1994.9976945 DOI: https://doi.org/10.1080/08873267.1994.9976945
ROONEY, C. African literature, animism and politics. London: Routledge, 2006.
SÁ, L. Literatura da floresta: textos amazônicos e cultura latino-americana. Rio de Janeiro: EDUERJ, 2012. DOI: https://doi.org/10.7476/9788575114421
TETTAMANZY, A. L. L. Falas à espera de escuta. In: DORRICO, J.; DANNER, L. F.; CORREIA, H. H. S.; DANNER, F. (org.). Literatura indígena brasileira contemporânea: criação, crítica e recepção. Porto Alegre: Editora Fi, 2018. p. 15-24.
TYLOR, E. B. Primitive culture: volume I. Mineola: Dover Publications, 2016.
VASCONCELLOS, P. S. Épica I: Ênio e Virgílio. Campinas: Editora da Unicamp, 2014.
VIVEIROS DE CASTRO, E. A inconstância da alma selvagem e outros ensaios de antropologia. São Paulo: Cosac Naify, 2016.
VIVEIROS DE CASTRO, E. Xamanismo transversal: Lévi-Strauss e a cosmopolítica amazônica. In: QUEIROZ, R. C.; NOBRE, R. F. (org.). Lévi-Strauss: leituras brasileiras. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2008. p. 79-124.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2024 Marcos Lampert Varnieri
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.
Boitatá esta licenciada com CC BY sob essa licença é possível: Compartilhar - copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato. Adaptar - remixar, transformar, e criar a partir do material, atribuindo o devido crédito e prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas.