"Recifrando" acordes: Marabá das bordas
DOI:
https://doi.org/10.5433/boitata.2016v11.e31261Palavras-chave:
Cordel, Marabá, Artes decoloniaisResumo
O texto nasce do projeto vinculado ao PIBIC/2015/UNIFESSPA procurando, em conjunto com escritas das bordas, redesenhar os mapas da cidade de Marabá, Amazônia Oriental paraense. Essa Arte, a nosso ver decolonial, transgride os parâmetros estéticos paradigmáticos, bem como os redutores-temáticos, para essa cidade mestiça. São eles recarregados de vozes múltiplas “marginais”, como aquelas ecoando versos para a Vila do Rato, espaço no qual as desigualdades sociais caminham em passos análogos à criação. Fazer Arte com e na fronteira representa experimentação subversiva e tentativa de ruptura epistêmica estratégica, a partir da inserção de humanidades e suas culturas recheadas de sentidos tencionadas com os processos recolonizadores do poder, do saber e do ser. Esses caleidoscópios literários constituem cena cultural recorrente na literatura “nortista”, no entanto alguns pesquisadores ainda não têm a sensibilidade necessária, para reconhecer os meandros dessa estética subalterno-resistente. Abrir passagens para outras alteridades requer uma polissemia de ações, mas há o desejo de fazer parte do coro tentando desnaturalizar certos projetos imperialistas, partindo de um estado de Arte paradoxal “articulado”, mas ao mesmo tempo, devorador das práticas literárias hegemônicas.
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