Literatura de ficção afrofuturista no Brasil

Resumen

O artigo esboça alguns dos aspectos gerais da Ficção Afrofuturista produzida por escritores negros brasileiros. Além de considerar as proposições elaboradas inicialmente pelo norte-americano Mark Derry (1994) sobre “Afrofuturismo”, reflete-se sobre o modo como a literatura brasileira contemporânea mantém relações com o presente. Em função dessa perspectiva, a proposta do artigo é reconhecer a narrativa ficcional afrofuturista produzida recentemente no Brasil como uma modalidade fantástica da literatura brasileira contemporânea, que especula a condição atual do sujeito negro brasileiro em cenários outros. Identificam-se algumas das possibilidades desse modo ficcional a partir do importante elenco de escritores negros brasileiros que aparece neste século, especialmente tomando como ponto de partida a segunda década: Julio Pecly, Lu Ain-Zaila, Aldri Anunciação, Fábio Kabral, Ale Santos e Sandra Menezes. Para embasar teoricamente as considerações sobre a Ficção Afrofuturista, foram utilizadas as proposições de Beatriz Resende (2008) e Karl Erik Schollhammer (2009) sobre os aspectos gerais da Literatura brasileira contemporânea. Foram utilizadas também reflexões realizadas por Kênia Freitas e José Messias (2018) e Anne Caroline Quiangala (2020) sobre Afrofuturismo.