O erotismo como embate: o corpo na (da) poesia feita por mulheres
DOI:
https://doi.org/10.5433/1678-2054.2018v35p98Palabras clave:
Poesia de Língua Portuguesa, Gênero, Erotismos, Literatura ComparadaResumen
Este artigo busca discutir poéticas que abordam o corpo e a condição da mulher em Portugal e no Brasil nas décadas de 1970 e 1980, a partir da produção de autoras como Maria Teresa Horta, Clarice Lispector, Ana Cristina Cesar, Luiza Neto Jorge, Adélia Prado e Olga Savary, dentre outras. Num momento de luta contra a repressão estatal e dos aparelhos ideológicos, observa-se a emergência de um discurso (FOUCAULT, 2014) contestatório em que o corpo feminino torna-se sujeito do processo literário, sobretudo, na poesia de cunho erótico. Por meio do comparatismo literário comprometido com o sentido e os efeitos de presença dos textos (GUMBRECHT, 2010), propõe-se uma análise das relações entre essa nova escrita transgressora (FOUCAULT, 1963) e o cânone, à luz do pensamento de Derrida (1986) e em consonância com os discursos feministas. Observa-se que o embate pela liberdade material dos corpos também pode realizar-se no e por meio do próprio discurso, num movimento que persiste na poesia feita por mulheres até hoje.
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