“Lâminas” de Rocha: alegorias babélicas da ruína

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/1678-2054.2023vol43n2p27

Palavras-chave:

Jaime Rocha, ruínas, poesia, Babel

Resumo

O presente ensaio trabalha o conceito de ruína desde o poeta português Jaime Rocha. Busca-se efetivar uma análise ruinológica da obra Lâmina (2014), lançado pela editora Língua Morta, teorizando a partir dos vários textos teóricos da obra Ruinologias: Ensaios sobre destroços do presente, de 2016, lançado pela editora da UFSC. Tomando o assunto filosófico da paisagem na “alegoria da ruína”, centra-se a análise, em especial, sobre o seu derradeiro poema, nesta obra, intitulado, justamente, “Ruínas”. Jaime Rocha tenta tornar a ruína uma fluidez. Porém, uma fluidez paradoxal. Rocha produz uma decomposição poética, num olhar que caça os fragmentos, os detritos da paisagem. Ele cria cenários onde tanto um clima de paz quanto um clima de conflito convivem. Há tanto a suspensão do passado, quanto o seu resgate arquitetural pela poesia. Isso tudo nos possibilita levantar relações entre Jaime Rocha e autores que se debruçam sobre a alegoria da ruína por uma perspectiva benjaminiana.

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Biografia do Autor

Daniel de Oliveira Gomes, Universidade Estadual de Ponta Grossa - UEPG

Doutor em Literatura pela Universidade Federal de Santa Catarina
Professor na Universidade Estadual do Ponta Grossa

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Publicado

29-12-2023

Como Citar

GOMES, D. de O. “Lâminas” de Rocha: alegorias babélicas da ruína. Terra Roxa e Outras Terras: Revista de Estudos Literários, [S. l.], v. 43, n. 2, p. 27, 2023. DOI: 10.5433/1678-2054.2023vol43n2p27. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/terraroxa/article/view/47550. Acesso em: 28 abr. 2024.