A suspensão do cotidiano: a imigração nas imagens do filme Bem-vindo
DOI:
https://doi.org/10.5433/1679-0383.2012v33n1p71Palavras-chave:
Comunicação, Cinema, Imigração, Cotidiano.Resumo
Neste trabalho, analisamos a interrelação entre cotidiano, cinema e imigração. Para isso, partimos de situações apresentadas no filme Bem-vindo, produção francesa de 2009, dirigida por Philippe Lioret, que narra a história de um jovem iraquiano que está na França, tentando chegar à Inglaterra. Entremeadas com diversas narrativas pessoais, estão a situação imigratória na França, a legislação, a rotina dos sujeitos envolvidos: policiais, moradores, imigrantes. Utilizamos como referencial teórico o conceito de cotidiano de Agnes Heller, assim como estudos de Edgar Morin sobre cinema e de imigração de Zigmunt Bauman. Diante de uma superexposição imagética cotidiana, entendemos que o cinema se constitua um espaço privilegiado para essas discussões, por sua lógica de recepção. Da mesma forma, observamos que o filme escolhido apresenta questões atuais e oportunas, ao mesmo tempo particulares e genéricas, tais como a suspensão do cotidiano, o retorno a ele modificado e a superação de estereótipos, prejulgamentos e generalizações relacionadas à imigração que, embora comuns e, em certa medida, necessárias à vida cotidiana, impõem limitações à cidadania.
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