Nutrição potássica como estratégia mitigadora do estresse salino em melões em cultivo protegido
DOI:
https://doi.org/10.5433/1679-0359.2021v42n6p3219Palavras-chave:
Cucumis melo L., Nutrição mineral, Potássio, Salinidade, Cultivo sem solo.Resumo
O uso de água salina é um dos principais desafios na produção agrícola, pois pode provocar desbalanço nutricional e, consequentemente, reduzir o rendimento das culturas. Este trabalho teve como objetivo avaliar a eficiência da nutrição potássica como agente atenuador do estresse salino no meloeiro cultivado em ambiente protegido. O delineamento experimental utilizado foi em blocos casualizados, com dez tratamentos arranjados em esquema fatorial 2 × 4, sendo dois cultivares de meloeiro (McLaren e SV1044MF) e quatro soluções nutritivas (S1- solução nutritiva padrão, 2,5 dS m-1; S2 – solução nutritiva salinizada com NaCl, 5,0 dS m-1; S3 – solução nutritiva salinizada com NaCl + 50% K, 6,5 dS m-1; S4 - solução nutritiva salinizada com NaCl + 100% K, 7,5 dS m-1). As variáveis de rendimento (peso médio de fruto, produção, diâmetro de fruto, cavidade interna e espessura de polpa), qualidade (firmeza de polpa, açúcares totais, sólidos solúveis, vitamina C, pH, acidez titulável e razão SS/AT) e nutrição (K, Na e razão K/Na) foram avaliadas. Plantas fertirrigadas com solução nutritiva padrão apresentaram maiores valores para peso de frutos (1.190,6 g), produção (2.381,3 g planta-1), diâmetro de fruto (13,6 cm) e espessura de polpa (2,6 cm). O cv. McLaren apresentou frutos mais pesados (931,4 g), com maior diâmetro (12,4 cm) e espessura de polpa (2,4 cm). A adição de NaCl na solução nutritiva provocou redução nas variáveis de rendimento, mas não influenciou a qualidade dos frutos. A adição extra de K em solução nutritiva salinizada não atenuou o efeito deletério da salinidade sobre o rendimento do meloeiro.
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