Caracterização química e atividade antimicrobiana in vitro de própolis de abelhas e de geoprópolis de Scaptotrigona jujuyensis contra bactérias patogênicas do tomate
DOI:
https://doi.org/10.5433/1679-0359.2020v41n5p1799Palavras-chave:
Apis mellifera. Conteúdo de fenólicos totais. Doenças do tomate, HPLC-DAD, Scaptotrigona jujuyensis.Resumo
A atividade antimicrobiana de quatro concentrações de extratos hidroalcoólicos de própolis de abelha e de geoprópolis de Scaptotrigona jujuyensis foi avaliada in vitro contra cinco bactérias patogênicas do tomate. Foi utilizado o método de difusão em ágar e as bactérias testadas foram Clavibacter michiganensis subsp. michiganensis, Xanthomonas gardneri, Xanthomonas vesicatoria, Pseudomonas corrugata, e Pseudomonas mediterranea. As principais características químicas da própolis e da geoprópolis, incluindo o perfil de polifenóis por meio de HPLC-DAD, foram também determinados. A amostra bruta de geoprópolis apresentou mais altos valores de umidade (7,78%), ceras (50,79%) e cinzas (3,69%) do que a amostra de própolis (4,59%, 31,16% e 2,42%, respectivamente). O conteúdo de fenólicos totais e do extrato seco foi superior no extrato hidroalcoólico de própolis (3,83 mg eq ácido gálico ml-1 e 7,87%, respectivamente) do que no extrato hidroalcoólico de geoprópolis (0,16 mg eq ácido gálico ml-1 e 0,15%, respectivamente). A análise cromatográfica confirmou a presença de ácido cafeico, quercetina, 1,5,7-tri-hidroxi-flavanona, apigenina, pinobaksina, crisina, pinocembrina, e galangina em ambos os extratos. O ensaio antibacteriano mostrou diferenças significativas entre as atividades dos extratos hidroalcoólicos assim como entre a sensibilidade das bactérias testadas. As diluições do extrato hidroalcoólico de própolis tiveram efeito inibitório sobre quatro das cinco bactérias testadas enquanto as diluições do extrato hidroalcoólico de geoprópolis foram eficientes somente contra C. michiganensis subsp. michiganensis e em menor extensão. A sequência de sensibilidade das bactérias aos tratamentos com própolis foi: C. michiganensis subsp. michiganensis > X. gardneri > X. vesicatoria > P. corrugata. Pseudomonas mediterranea não foi sensível a nenhum dos extratos hidroalcoólicos. A atividade antibacteriana de ambos os extratos foi dependente da dose, sendo que os tratamentos com maior concentração foram os mais efetivos (15,0 mg mL-1 de geoprópolis e 78,7 mg mL-1 de própolis, extrato seco, respectivamente). O conteúdo de polifenóis e o perfil HPLC-DAD dos extratos hidroalcoólicos mostraram diferenças na composição química, as quais podem ajudar a explicar os resultados do ensaio in vitro. Estes resultados contribuem para a caracterização de produtos bioativos de abelhas, especificamente própolis e geoprópolis. O presente estudo indica a possibilidade de usar própolis como uma estratégia não-convencional para controlar doenças do tomate causadas por bactérias.Downloads
Referências
Balouiri, M., Sadiki, M., & Ibnsouda, S. K. (2016). Methods for in vitro evaluating antimicrobial activity: a review. Journal of Pharmaceutical Analysis, 6(2), 71-79. doi: 10.1016/j.jpha.2015.11.005
Basim, E., Hüseyin, B., & Özcan, M. (2006). Antibacterial activities of Turkish pollen and propolis extracts against plant bacterial pathogens. Journal of Food Engineering, 77(4), 992-96. doi: 10.1016/j.jfoodeng.2005.08.027
Bedascarrasbure, E., Maldonado, L. M., Fierro Morales, W., & Alvarez, A. R. (2006). Propóleos. caracterización y normalización de propóleos argentinos. Revisión y actualización de composición y propiedades. Buenos Aires: Ediciones Magna.
Brodkiewicz, Y., Marcinkevicius, K., Reynoso, M., Salomon, V., Maldonado, L., & Vera, N. (2018). Studies of the biological and therapeutic effects of argentine stingless bee propolis. Journal of Drug Delivery and Therapeutics, 8(5), 382-392. doi: 10.22270/jddt.v8i5.1889
Cibanal, I., Fernández, L. A., Krepper, G., Pellegrini, C., & Gallez, L. M. (2019). Advances in the development of a biofungicide: physical-chemical characterization and antifungal activity of propolis. Agrociencia, 23(2), 1-10. doi: 10.31285/AGRO.23.83
Dreier, J., Bermpohl, A., & Eichenlaub, R. (1995). Southern hybridization and PCR for specific detection of phytopathogenic Clavibacter michiganensis subsp. michiganensis. Phytopathology, 85(4), 462-468.
Fernandez, L. A., Cibanal, I. L., Paraluppi, A. L., De Freitas, C., Gallez, L. M., & Ceccato Antonini, S. R. (2019). Propolis as a potential alternative for the control of Dekkera bruxellensis in bioethanol fermentation. Semina: Ciências Agrárias, 40(5), 2071-2078. doi: 10.5433/1679-0359.2019v40n5p2071
Ghisalberti, E. L. (1979). Propolis: a review. Bee world, 60(2), 59-84. doi: doi.org/10.1080/0005772X.1979.11097738
İnşaatçı, Ö., & Turan, N. Y. (2018). A new antibacterial agent: propolis. SSRG International Journal of Polymer and Textile Engineering, 5(3), 21-25.
Kasote, D. M., Pawar, M. V., Bhatia, R. S., Nandre, V. S., Gundu, S. S., Jagtap, S. D., & Kulkarni, M. V. (2017). HPLC, NMR based chemical profiling and biological characterisation of Indian propolis. Fitoterapia, 122(2017), 52-60. doi: 10.1016/j.fitote.2017.08.011
Lavinas, F. C., Macedo, E. H., Sá, G. B. L., Amaral, A. C. F., Silva, J. R. A., Azevedo, M. M. B.,... Rodríguez, I. A. (2019). Brazilian stingless bee propolis and geopropolis: promising sources of biologically active compounds. Brazilian Journal of Pharmacognosy, 29(3), 389-399. doi: 10.1016/j.bjp.2018.11.00
Mendes Araújo, M., Bufalo, M., Conti, B., Fernandes, A. J., Trusheva, B., Bankova, V., & Sforcin J. (2015). The chemical composition and pharmacological activities of geopropolis produced by Melipona fasciculata Smith in northeast Brazil. Journal of Molecular Pathophysiology, 4(1), 12-20. doi: 20150204115607
Popova, M., Silici, S., Kaftanoglu, O., & Bankova, V. (2005). Antibacterial activity of Turkish propolis nd its qualitative and quantitative chemical composition. Phytomedicine, 12(3), 221-228. doi:10.1016/j.phymed.2003.09.007
Schaad, N. W., Jones, J. B., & Chun, W. (2001). Laboratory guide for the identification of plant pathogenic bacteria. St. Paul, MN: American Phytopathological Society (APS Press).
Sforcin, J. M., & Bankova, V. (2011). Propolis: is there a potential for the development of new drugs? Journal of Ethnopharmacology, 133(2), 253-260. doi: 10.1016/j.jep.2010.10.032
Silva Araújo, K. S. da, Santos, J. F. D. Jr., Sato, M. O., Finco, F. D. B. A., Soares, I. M., Barbosa, R. D. S., & Mariano, S. M. B. (2016). Physicochemical properties and antioxidant capacity of propolis of stingless bees (Meliponinae) and Apis from two regions of Tocantins, Brazil. Acta Amazonica, 46(1), 61-68. doi: 10.1590/1809-4392201501045
Silva Frozza, C. O. D., Garcia, C. S. C., Gambato, G., Souza, M. D. O., Salvador, M. de, Moura, S.,... Roesch-Ely, M. (2013). Chemical characterization, antioxidant and cytotoxic activities of Brazilian red propolis. Food and Chemical Toxicology, 52(2013), 137-142. doi: 10.1016/j. fct.2012.11.013
Tosi, B., Donini, A., Romagnoli, C., & Bruni, A. (1996). Antimicrobial activity of some commercial extracts of propolis prepared with different solvents. Phytotherapy research, 10(4), 335-336. doi: 10.1002/(SICI)1099-1573(199606)10:4<335::AID-PTR828>3.0.CO;2-7
Wagh, V. D. (2013). Propolis: a wonder bees product and its pharmacological potentials. Advances in Pharmacological Sciences, 2013(1), 1-11. doi: 10.1155/2013/308249
Yamamoto, S., Kasai, H., Arnold, D. L., Jackson, R. W., Vivian, A., & Harayama, S. (2000). Phylogeny of the genus Pseudomonas: intrageneric structure reconstructed from the nucleotide sequences of gyrB and rpoD genes. Microbiology, 146(10), 2385-2394. doi: 10.1099/00221287-146-10-2385
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Semina: Ciências Agrárias
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Semina: Ciências Agrárias adota para suas publicações a licença CC-BY-NC, sendo os direitos autorais do autor, em casos de republicação recomendamos aos autores a indicação de primeira publicação nesta revista.
Esta licença permite copiar e redistribuir o material em qualquer meio ou formato, remixar, transformar e desenvolver o material, desde que não seja para fins comerciais. E deve-se atribuir o devido crédito ao criador.
As opiniões emitidas pelos autores dos artigos são de sua exclusiva responsabilidade.
A revista se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da língua e a credibilidade do veículo. Respeitará, no entanto, o estilo de escrever dos autores. Alterações, correções ou sugestões de ordem conceitual serão encaminhadas aos autores, quando necessário.