Viabilidade de bactérias probióticas em suco tropical de manga e resistência das estirpes às condições gastrointestinais simuladas in vitro
DOI:
https://doi.org/10.5433/1679-0359.2019v40n1p149Palavras-chave:
Bebida probiótica, Fruta tropical, Lactobacillus probióticos, Resistência gastrointestinal.Resumo
Este estudo avaliou a viabilidade de Lactobacillus acidophilus La-05, Lactobacillus plantarum LP299v e Lactobacillus rhamnosus GG em suco tropical de manga, a resistência das estirpes às condições gastrointestinais simuladas em ensaio in vitro e as características microbiológicas, físico-químicas e sensoriais dos produtos obtidos. A viabilidade de L. rhamnosus GG e L. plantarum LP299v foi superior a 7,96 log UFC mL-1 e 7,74 log UFC mL-1, respectivamente, ao longo dos 28 dias de armazenamento a 8 °C. Entretanto, houve redução (p < 0,05) da viabilidade de L. acidophilus La-5 após 21 dias de armazenamento, com contagens de 3,81 log UFC mL-1. pH, sólidos solúveis totais, luminosidade (L*) e as coordenadas a* e b* não diferiram entre os tratamentos. Entretanto, houve diferença de pH e acidez ao longo do tempo de armazenamento provavelmente devido a ação fermentativa dos microrganismos. No ensaio in vitro de resistência gastrointestinal, houve diferença da fase gástrica para as fases entéricas I e II. A média da viabilidade dos microrganismos na fase gástrica foi de 5,11 log UFC mL-1, decaindo para 4,02 e 3,97 log UFC mL-1 nas fases entéricas I e II, respectivamente. Os sucos contendo L. rhamnosus GG e L. plantarum LP299 foram avaliados sensorialmente, apresentando boa aceitabilidade. Os resultados de viabilidade e resistência ao trato gastrointestinal simulado in vitro sugerem que o suco tropical de manga é uma ótima matriz carreadora de L. rhamnosus GG e L. plantarum LP 299v, sendo bem aceitos e, portanto, uma alternativa para a população que apresenta restrições na dieta.Downloads
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