Da oralidade à produção escrita: um estudo sobre o (des)uso variacionista do pronome oblíquo
DOI:
https://doi.org/10.5433/1519-5392.2023v23n3p118-136Palabras clave:
Linguagem, Variação, Produção EscritaResumen
Neste artigo, objetivamos estudar o apagamento de pronomes oblíquos na produção escrita de alunos do 8° ano do Ensino Fundamental de escolas públicas de Goiás. Observamos como no dialeto goiano alguns pronomes oblíquos têm perdido sua reflexividade ou demais funções sintáticas nas falas espontâneas cotidianas que se inscrevem na produção escrita. O postulado da Sociolinguística variacionista norteia as discussões teóricas nesta investigação, bem como a contribuição de autores que concebem a língua como um objeto sensível a fatores variacionistas. Na análise realizada, considera-se o método empírico, cujo recorte requer uma interpretação sobre a relação entre a linguagem e os seus usos cotidianos, sempre sujeitos à interpretação. Os dados, constituídos em específico por excertos extraídos de 05 (cinco) textos, escolhidos aleatoriamente dentre 50 (cinquenta) textos coletados, levaram a hipóteses que podem explicar o apagamento de pronomes oblíquos como sendo motivado pelas diferentes funções que estes exercem na linguagem falada e, possivelmente, pela presença de outros pronomes não oblíquos que asseguram a interferência da fala na escrita. Entendemos, portanto, que a colocação pronominal e o seu apagamento convocam um olhar sobre a materialidade textual como um lugar de sentidos que, para além da linguagem, inscreve o sujeito que enuncia em sua territorialidade.
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