Os embates na construção de certezas sobre o retorno presencial às aulas
DOI:
https://doi.org/10.5433/1519-5392.2023v23n4p133-154Palabras clave:
performatividade; pandemia; educação; discurso autoritário; ciência.Resumen
Este trabalho visa analisar uma entrevista do ex-secretário de educação do estado de São Paulo, Rossieli Soares, na qual comparece à certeza de que a escola, em 2020 e 2021, era um espaço seguro para o retorno às aulas presenciais. Analisamos também uma carta aberta ao governo e ao secretário, que constrói uma certeza de que a escola não era um espaço seguro e que as metodologias adotadas pelo governo para o retorno eram precárias e questionáveis. Nesse sentido, evidenciamos os embates em torno de tal questão e quais são as estratégias utilizadas para construí-las, que se baseiam falsamente na ciência e em discursos autoritários que preveem punição àqueles que não cumprirem com as determinações. A questão da performatividade é analisada enquanto efeito de sentido mobilizado por elementos da cena enunciativa, como lugar social de dizer, em uma divisão dos sentidos. As análises pautam-se no embate público, ao perceber o político no acontecimento enunciativo da entrevista, na relação com outros dizeres que buscam construir a importância da retomada das atividades presenciais, contrapondo-se ao que era então praticado e enunciado pela ciência naquele momento
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