A variação linguística na formação e na prática de comunicadores de rádio e outras mídias

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/1519-5392.2023v23n3p215-236

Palavras-chave:

Variação Linguística, Rádio, Educação profissional

Resumo

 O artigo, fundamentado na ideia de que a variação linguística oferece recursos para a construção de estilos de persona contextualizados conforme as identidades dos interlocutores e objetivos das atividades realizadas (Coupland, 2007), examina qualitativamente dados de fala de uma locutora de rádio e um programa de disciplina oferecida em um curso de formação de locutores. A análise dos dados revela variação linguística na fala da locutora, mobilizada na construção de diferentes personas. Já a análise do programa da disciplina mostra a exclusividade das práticas da fala neutralizada no treino de locução. Os resultados das análises sugerem a necessidade de abordar, na formação dos locutores, tanto a linguagem padrão da fala neutralizada como a fala com variação, centrada no tipo de atividade e nos diferentes propósitos da comunicação.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

Ana Paula Marques Barbosa, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Doctorate student in Language Studies - Sociolinguistics at UFRGS (2023-2027).

Elisa Battisti, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Departamento de Linguística, Filologia e Teoria Literária e Programa de Pós-Graduação em Letras, Área Estudos da Linguagem, Instituto de Letras, UFRGS. Porto Alegre, Rio Grande do Sul. Pesquisadora 1D do CNPq.

Referências

BARBOSA, Ana Paula Marques. Variação linguística, identidade e estilo na locução de rádio: estudo de caso de uma comunicadora do sul do Brasil. 2022. Dissertação (Mestrado em Letras – Estudos da Linguagem) – Instituto de Letras, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2022.

BARBOSA, Ana Paula Marques. O(des)alinhamento do rádio gaúcho com o português padrão. Anais do V IEL - Instituto de Estudos Linguísticos: Linguagem e Fronteiras, UFFS, UFRR, p. 49. Chapecó, 3 a 5 de novembro de 2021. Disponível em: https://ielppgel.wixsite.com/website/c%C3%B3pia-anais. Acesso em: 11 out. 2023.

BARBOSA FILHO, André. Gêneros radiofônicos: os formatos e os programas em áudio. São Paulo: Paulinas, 2009.

BATTISTI, Elisa. Realizações variáveis de vogais tônicas em Porto Alegre (RS): ditongação ou ingliding? Fragmentum, n. 39, p.58-76, 2013. Disponível em: https://periodicos.ufsm.br/fragmentum/article/view/10846/8955. Acesso em: 11 out. 2023. DOI: https://doi.org/10.5902/10846

BATTISTI, Elisa; BARBOSA, Ana Paula Marques. O português de contato no rádio: estudo de caso de um locutor do Sul do Brasil. Revista de Letras Norte@mentos. Dossiê temático: Línguas Minoritárias no Brasil, Sinop, v. 14, n. 37, p. 121-142, out. 2021. Disponível em: https://doi.org/10.30681/rln.v14i37.7751. Acesso em: 23 out. 2023. DOI: https://doi.org/10.30681/rln.v14i37.7751

BELL, Allan. Back in style: Reworking audience design. In: Penelope Eckert and John R. Rickford (eds.). Style and Sociolinguistic Variation. Cambridge and New York: Cambridge University Press, 2001. p. 139–69. DOI: https://doi.org/10.1017/CBO9780511613258.010

BISOL, Leda; BATTISTI, Elisa. O português falado no Rio Grande do Sul. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2014.

BOURDIEU, Pierre. Language and symbolic power. Cambridge: Harvard University Press, 1991.

BOURDIEU, Pierre. Sobre a televisão. Rio de Janeiro: Zahar, 1997.

BOURDIEU, Pierre. A distinção: crítica social do julgamento. São Paulo: Edusp, 2007.

BOURDIEU, Pierre. A Economia das Trocas Linguísticas: o que falar quer dizer. 1ª reimpr. São Paulo: Edusp, 2008.

CABELLO, Ana Rose Gomes. Construção do texto radiofônico: o estilo oral-auditivo. Alfa, São Paulo, v. 39, p. 145-152, 1995.

CABREIRA, Silvio Henrique. A monotongação dos ditongos orais decrescentes em Curitiba, Florianópolis e Porto Alegre. Porto Alegre: PUC (Dissertação de Mestrado), 1996.

CÉSAR, Cyro. Como falar no rádio: prática de locução AM e FM. São Paulo: Summus Editorial, 2013.

COUPLAND, Nikolas. Style: language variation and identity. Cambridge: Cambridge University Press, 2007. DOI: https://doi.org/10.1017/CBO9780511755064

COUPLAND, Nikolas. Dialect stylization in radio talk. Language in society, v. 30, n. 3, p. 345-375, Cambridge: Cambridge University Press, 2001. Disponível em: https://doi.org/10.1017/S0047404501003013. Acesso em: 13 out. 2023. DOI: https://doi.org/10.1017/S0047404501003013

ECKERT, Penelope; RICKFORD, John R. (eds.). Style and sociolinguistic variation. New York: Cambridge University Press, 2001. DOI: https://doi.org/10.1017/CBO9780511613258

FARACO, Carlos Alberto. Norma culta brasileira: desatando alguns nós. São Paulo: Parábola Editorial, 2008.

FERRARETTO, Luiz Artur. Rádio, o veículo, a história e a técnica. Porto Alegre: Editora Sagra Luzzatto, 2001.

FERRARETTO, Luiz Artur. Rádio no Rio Grande do Sul: anos 20, 30 e 40: dos pioneiros às emissoras comerciais. Canoas: Editora da ULBRA, 2002.

FERRARETTO, Luiz Artur. Da segmentação à convergência, apontamentos a respeito do papel do comunicador de rádio. Comunicação & Sociedade, São Paulo, v. 36, n. 1, p. 59-84, 2014. Disponível em: https://www.metodista.br/revistas/revistas-ims/index.php/CSO/article/view/4705/4406. Acesso em: 11 out. 2023. DOI: https://doi.org/10.15603/2175-7755/cs.v36n1p59-84

JEFFERSON, Gail. Transcript notation. In: ATKINSON, J. Maxwell; HERITAGE, John (eds.). Structures of social action: studies in conversation analysis. Cambridge: Cambridge University Press, 1984. p. 9-16.

KOCH, Walter; KLASSMANN, Mário Silfredo; ALTENHOFEN, Cléo Wilson. Atlas Lingüístico-etnográfico da Região Sul do Brasil. Porto Alegre/Florianópolis/Curitiba Ed. UFRGS/ Ed. UFSC / Ed. UFPR, 2002. v. 1, v. 2.

KYRILLOS, Leny; FEIJÓ, Deborah. Fonoaudiologia e telejornalismo. Relatos do IV encontro nacional de Fonoaudiologia da Central Globo de Jornalismo. Rio de Janeiro: Revinter, 2005.

LABOV, William. Sociolinguistic patterns. Philadelphia: University of Pennsylvania Press, 1972.

LABOV, William. Principles of linguistic change, Volume 1: internal factors. Cambridge/Oxford: Blackwell, 1994.

LABOV, William. Principles of linguistic change, Volume 2: social factors. Malden/Oxford: Blackwell, 2001.

LABOV, William. Principles of linguistic change, Volume 3: cognitive and cultural factors. Malden/Oxford/West Sussex: Wiley-Blackwell, 2010. DOI: https://doi.org/10.1002/9781444327496

LABOV, William. Padrões sociolinguísticos. Trad. Marcos Bagno, Maria Marta Pereira Scherre, Caroline Rodrigues Cardoso. São Paulo: Parábola Editorial, 2008 [1972].

LARA, Claudia Camila; BATTISTI, Elisa. O Voice Onset Time das plosivas do português brasileiro em contato com o Hunsrückisch e seu desvozeamento variável. Fórum Linguístico UFSC. (Impresso), v. 11, p. 39-50, 2014. DOI: https://doi.org/10.5007/1984-8412.2014v11n1p39

MOLLICA, Maria Cecilia. Fundamentação teórica: conceituação e delimitação. In: MOLLICA, Maria Cecilia; BRAGA, Maria Luiza. (org.). Introdução à sociolinguística: o tratamento da variação. São Paulo: Contexto, 2003. p.9-14.

MIRANDA, Luma da Silva. Análise da entoação do português do Brasil segundo o modelo IPO. 2015. Dissertação (Mestrado em Letras Vernáculas) - Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2015. Disponível em: https://d1wqtxts1xzle7.cloudfront.net/38224129/Analise_da_entoacao_do_portugues_do_Brasil_segundo_o_modelo_IPO-libre.pdf?1437234238=&response-content-disposition=inline%3B+filename%3DAnalise. Acesso em: 23 out. 2023.

MORAS, Viviane Tebaldi. A vocalização do L em coda silábica: análise em tempo real em duas comunidades do Rio Grande do Sul. Trabalho de Conclusão de Curso (Licenciatura em Letras) – Instituto de Letras, Porto Alegre, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2017. Disponível em: http://hdl.handle.net/10183/171719 Acesso em: 22 out. 2023.

OLIVEIRA, Gisele et al. A comparison of the use of glottal fry in the spontaneous speech of young and middle-aged American women. Journal of Voice, v. 30, n. 6, p. 684-687, 2015. DOI: 10.1016/j.jvoice.2015.08.015. DOI: https://doi.org/10.1016/j.jvoice.2015.08.015

OSTERMANN, Ana Cristina. Análise da conversa: o estudo da fala-em-interação. In: OSTERMANN, Ana Cristina; MENEGHEL, Stela Nazareth. Humanização. Gênero. Poder: contribuições dos estudos de fala-em-interação para a atenção à saúde. Rio de Janeiro/São Paulo: Fiocruz e Mercado de Letras, 2012. p.33-43.

ROCKENBACH, Lívia M.; BATTISTI, Elisa. Produção e percepção do apagamento variável de /R/ em coda silábica no português de Porto Alegre (RS). Cadernos de Linguística, v.2, n.4, p. 1-27, 2021. DOI: https://doi.org/10.25189/2675-4916.2021.v2.n4.id426

SCHERRE, Maria Marta P.; YACOVENCO, Lilian C. A variação linguística e o papel dos fatores sociais: o gênero do falante em foco. Revista da ABRALIN, Natal, v.eletrônico, nesp., p.121-146, 2011. Disponível em: https://revista.abralin.org/index.php/abralin/article/view/1088. Acesso em: 23 out. 2023. DOI: https://doi.org/10.5380/rabl.v10i3.32348

SCHNACK, Cristiane; PISONI, Thaís D.; OSTERMANN, Ana Cristina. Transcrição de fala: do evento real à representação escrita. Entrelinhas, v. 2, n. 2, p. 1-7, 2005.

SILVEIRA, Luciana Morales da. Monotongação em uso no português do sul do Brasil. 2019. 146 fls. Tese (Doutorado em Letras) – Instituto de Letras, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2019. Disponível em: http://hdl.handle.net/10183/202456. Acesso em: 19 out. 2023.

ZILLES, Ana Maria Stahl; MAYA, Leonardo Zechlinski; SILVA, Karine Quadros da. A concordância verbal com a primeira pessoa do plural em Panambi e Porto Alegre, RS. Organon. v.14, n. 28/29, p. 195-219, 2000. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/organon/article/view/30205/18712. Acesso em: 19 out. 2023. DOI: https://doi.org/10.22456/2238-8915.30205

Downloads

Publicado

31-12-2023

Como Citar

MARQUES BARBOSA, A. P.; BATTISTI, E. A variação linguística na formação e na prática de comunicadores de rádio e outras mídias. Entretextos, Londrina, v. 23, n. 3, p. 215–236, 2023. DOI: 10.5433/1519-5392.2023v23n3p215-236. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/entretextos/article/view/49225. Acesso em: 27 abr. 2024.