Estratégias docentes para romper com o colonialismo em sala de aula de E/LE no ensino superior

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/1519-5392.2023v23n3p273-294

Palavras-chave:

Colonialismo linguístico; Variação Linguística; Práticas docentes.

Resumo

A partir de relatos de experiência em sala de aula da graduação de uma universidade brasileira, almeja-se discutir colonialismo e linguagem no ensino superior e apresentar estratégias pelas quais o docente pode enfrentá-lo e fomentar a valorização das variedades do espanhol. Com este fim, propõe-se um debate sobre a tradição colonial da universidade, Carañana (2012), Pereira (2008) Fávero (2006), Ribeiro (1971) e Da Silva (2017); o conceito de colonialidade, Césaire (1978) e Quijano (2005); suas implicações na linguagem, Mariani (2003) e Veronelli (2019; 2016); a presença da questão no âmbito acadêmico, Bernardino-Costa; Borges (2021); na aula de E/LE Bugel (1999) e Bugel; Santos (2022); além da exposição de alguns meios através dos quais o professor promove a constituição de um contexto de ensino-aprendizagem onde a pluralidade cultural não seja hierarquizante, mas sim colaborativa e valorize as variedades do idioma, Fernández e Roth (2007) e Adrián Fanjul (2004). Desta forma, acredita-se não só destacar o problema, mas também fornecer caminhos possíveis para solucioná-lo em busca de uma educação mais inclusiva, plural e libertadora.

Métricas

Carregando Métricas ...

Referências

BERNARDINO-COSTA, Joaze; BORGES, Antonádia. Um projeto decolonial antirracista: ações afirmativas na pós-graduação da Universidade de Brasília. Educação & Sociedade, v. 42, 2021. DOI: https://doi.org/10.1590/ES.253119. Disponível em: https://www.scielo.br/j/es/a/c5k3X36N7xVdWjLSbtksxWH/. Acesso em: 29 set. 2023. DOI: https://doi.org/10.1590/es.253119

BUENEKE, Munanga. Cosas y lugares que echo de menos de Guinea Ecuatorial en imágenes. YouTube, 2020. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=hQOLI2mBvrA. Acesso em: 11 out. 2023.

BUGEL, Talia. O espanhol na cidade de São Paulo: quem ensina qual variante a quem?. Trabalhos em Linguística Aplicada, Campinas, SP, v. 33, 1999. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/tla/article/view/8639293. Acesso em: 29 set. 2023.

BUGEL, Talia; SANTOS, Hélade Scutti. As atitudes e representações do espanhol no Brasil e a expansão das indústrias da língua no país. Estudos Linguísticos e Literários, n. 74, p. 149-185, 2022. DOI: https://doi.org/10.9771/ell.i74.51753. Disponível em: https://periodicos.ufba.br/index.php/estudos/article/view/51753. Acesso em: 29 set. 2023. DOI: https://doi.org/10.9771/ell.i74.51753

BUSCH, Brigitta. The Linguistic Repertoire Revisited. Applied Linguistics, v. 33, n. 5, p. 503-523, 2012. DOI: https://doi.org/10.1093/applin/ams056. Disponível em: https://academic.oup.com/applij/article-abstract/33/5/503/170917?redirectedFrom=fulltext. Acesso em: 29 set. 2023. DOI: https://doi.org/10.1093/applin/ams056

CARAÑANA, Joan Pedro. La misión de la universidad en la edad media: servir a los altos estamentos y contribuir al desarrollo de las ciudades. Nómadas. Revista Crítica de Ciencias Sociales y Jurídicas, v.34, n. 2., 2012. DOI: https://doi.org/10.5209/rev_NOMA.2012.v34.n2.40743. Disponível em: https://revistas.ucm.es/index.php/NOMA/article/view/40743 Acesso em: 19 jul. 2023. DOI: https://doi.org/10.5209/rev_NOMA.2012.v34.n2.40743

CASTRO-GÓMEZ, Santiago. Ciencias sociales, violencia epistémica y el problema de la "invención del otro". In: LANDER, Edgardo. (org). La colonialidad del saber: eurocentrismo y ciencias sociales: perspectivas latinoamericanas. Buenos Aires: CLACSO. 2000, p. 88-98.

CÉSAIRE, Aimé. Discurso sobre o colonialismo. Tradução de Noémia de Sousa. Lisboa: Livraria Sá da Costa Editora, 1978.

DA SILVA, Nádia Maria Cardoso. UNIVERSIDADE NO BRASIL: COLONIALISMO, COLONIALIDADE E DESCOLONIZAÇÃO NUMA PERSPECTIVA NEGRA. Revista Interinstitucional Artes de Educar, [S. l.], v. 3, n. 3, p. 233–257, 2017. DOI: https://doi.org/10.12957/riae.2017.29814. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/riae/article/view/29814. Acesso em: 29 set. 2023. DOI: https://doi.org/10.12957/riae.2017.29814

FANJUL, Adrián Pablo. Português brasileiro, espanhol de... onde? Analogias incertas, Letras & Letras, n. 20, p. 165-183, 2004. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/letraseletras/article/view/25172 Acesso em: 29 set. 2023.

FÁVERO, Maria de Lourdes Albuquerque. A universidade no Brasil: das origens à Reforma Universitária de 1968. Educar em Revista, n. 28, p. 17-36, 2006. DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-40602006000200003. Disponível em: https://www.scielo.br/j/er/a/yCrwPPNGGSBxWJCmLSPfp8r/?lang=pt. Acesso em: 29 set. 2023. DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-40602006000200003

FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. Editora Paz e Terra. Rio de Janeiro, 1986.

GUMPERZ, John J. Linguistic and social interaction in two communities. American anthropologist, v. 66, n. 6, p. 137-153, 1964. DOI: https://doi.org/10.1525/aa.1964.66.suppl_3.02a00100. Disponível em: https://anthrosource.onlinelibrary.wiley.com/doi/epdf/10.1525/aa.1964.66.suppl_3.02a00100. Acesso em: 29 dez. 2023. DOI: https://doi.org/10.1525/aa.1964.66.suppl_3.02a00100

hooks, bell. Ensinando a transgredir: a educação como prática da liberdade. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2017.

MARIANI, Bethania. POLÍTICAS DE COLONIZAÇÃO LINGÜÍSTICA. Letras, [S. l.], n. 27, p. 73–82, 2003. Disponível em: https://periodicos.ufsm.br/letras/article/view/11900. Acesso em: 29 ago. 2023.

NEBRIJA, Antonio. Gramática sobre la lengua castellana. México: Academia Mexicana de la Lengua, 2014.

MORENO FERNÁNDEZ, Francisco; OTERO ROTH, Jaime. Atlas de la lengua española en el mundo. Barcelona, Ariel-Fundación Telefónica, 2007.

PEREIRA, Elisabete Monteiro de Aguiar. Universidade no contexto da América Latina: 90 anos da Reforma de Córdoba e 40 anos da Reforma Universitária Brasileira. Revista Políticas Educativas, Campinas, v.2, n. 1, p.54-75, dez. 2008. Disponível em: https://seer.ufrgs.br/index.php/Poled/article/view/18352. Acesso em: 29 set. 2023.

QUIJANO, Anibal. Colonialidade do poder, eurocentrismo e América Latina. In: LANDER, Edgardo.. A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais, perspectivas latino-americanas. Buenos Aires: CLACSO, 2005. p. 107-130.

RIBEIRO, Darcy. La universidad latinoamericana. Santiago de Chile: Editorial Universitaria S.A., 1971.

RYMES, Betsy. “Communicative Repertoire.” In: STREET, B.; LEUNG, C (Eds.) The Routledge Companion to English Studies. New York: Routledge, 2014. p. 287-301.

VERONELLI, Gabriela Alejandra. La colonialidad del lenguaje y el monolenguajear como práctica lingüística de racialización. Polifonia, Cuiabá-MT, v. 26, n.44, p. 01-163, out.-dez., 2019. Disponível em: https://periodicoscientificos.ufmt.br/ojs/index.php/polifonia/article/view/9002. Acesso em: 29 set. 2023.

VERONELLI, Gabriela Alejandra. Sobre la colonialidad del lenguaje. Universitas Humanística, v. 81, p. 33-58, 2015. Disponível em:https://revistas.javeriana.edu.co/index.php/univhumanistica/article/view/11432/11947. Acesso em: 29 set. 2023. DOI: https://doi.org/10.11144/Javeriana.uh81.scdl

Downloads

Publicado

31-12-2023

Como Citar

FERREIRA LEAL, M. Estratégias docentes para romper com o colonialismo em sala de aula de E/LE no ensino superior. Entretextos, Londrina, v. 23, n. 3, p. 273–294, 2023. DOI: 10.5433/1519-5392.2023v23n3p273-294. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/entretextos/article/view/49113. Acesso em: 8 maio. 2024.