A multifuncionalidade de de repente: persistência e gramaticalização
DOI:
https://doi.org/10.5433/1519-5392.2015v15n1p157Palavras-chave:
Mudança, Gramaticalização, SubjetividadeResumo
Neste artigo expomos a trajetória de gramaticalização da expressão de repente no português brasileiro, do século XVI ao século XX, consoante a perspectiva funcionalista, conforme propõem Diewald, 2002; Brinton e Traugott, 2006; Bybee, 2010; Traugott, 2011, dentre outros. Pretendemos mostrar que: (i) em todas as sincronias estudadas, de repente mantém sua função de circunstanciador de modo; (ii) o emprego de de repente como modalizador epistêmico, detectado em dados referentes ao século XX, indica um processo de gramaticalização, impulsionado pela subjetivação;(iii) há evidências de que a mudança segue em direção à intersubjetivação, no que diz respeito ao seu uso mais recente como marcador discursivo. A análise baseia-se em dados coletados de língua em uso, modalidades escrita e oral. Recolhemos dados escritos do site Corpus do Português (http://www.corpusdoportugues.org) e amostras de língua oral do acervo do PEUL (Programa de Estudos sobre o Uso da Língua), denominado Amostra Censo (http://www.letras.ufrj.peul/amostras).
Downloads
Referências
BYBEE, Joan; PERKINS, Revere; PAGLIUCA, William. Phonology and Language Use. Cambridge: Cambridge University Press, 2001.
BYBEE, Joan; PERKINS, Revere; PAGLIUCA, William. Sequentiality as the basis of constituent structure. In: GIVÓN, Talmy; MALLE, Bertram F. (ed.). The Evolution of Language out of Prelanguage. Amsterdam: Benjamins, 2002, 109–34.
BYBEE, Joan. Language, Usage and Cognition. Cambridge: Cambridge University Press, 2010.
BRINTON, Laurel and TRAUGOTT, Elizabeth C. Lexicalization and Language Change. Cambridge: CUP, 2006.
DIEWALD, Gabriele. A model for relevant types of contexts in grammaticalization. In: WISCHER, I.; DIEWALD, G. (eds.), New Reflections on Grammaticalization, 2002, p. 103-120.
ECKARDT, Regine. Grammaticalization and semantic change. In: NARROG, H.; HEINE, B. (ed.). The Oxford handbook of grammaticalization. Oxford: Oxford University Press, 2011.
GONÇALVES, Sebastião Carlos L. et alii. Introdução à gramaticalização: princípios teóricos & aplicação. São Paulo: Parábola Editorial, 2007.
HARRIS, Alice C.; CAMPBELL, Lyle. Historical Syntax in Cross-linguistic Perspective. Cambridge: Cambridge University Press, 1995.
HASPELMATH, Martin. Does grammaticalization need reanalysis? Studies in Language, v. 22, p.315–351, 1998.
HEINE, Bernd. On the role of context in grammaticalization. In: WISCHER, I.; DIEWALD, G. (ed.). New Reflections on Grammaticalization. 2002. xiv, 437. p. 83–101.
HEINE, Bernd et al. Grammaticalization: a conceptual Framework. Chicago: University of Chicago Press, 1991.
HIMMELMANN, Nikolaus. P. Lexicalization and grammaticization: oposite or orthogonal? In: BISANG, Walter; HIMMELMANN, Nikolaus P.; WIEMER, Björn (ed.). What Makes Grammaticalization? a look from its fringes and its components. Berlin: Mouton de Gruyter, 2004. p.21–42.
HOPER, Paul; TRAUGOTT, Elizabeth. Grammaticalization. Cambridge: Cambridge University Press, 1993.
NICOLLE, Steve. Pragmatic aspects of grammaticalization. In: NARROG, H.; HEINE, B. (eds). The Oxford handbook of grammaticalization. Oxford: Oxford University Press, 2011.
TRAUGOTT, Elizabeth C. Grammaticalization and mechanisms of change. In: NARROG, H. and HEINE, B. (ed.). The Oxford handbook of grammaticalization. Oxford: Oxford University Press, 2011.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Entretextos adota a Licença Creative Commons Attribution 4.0 International, portanto, os direitos autorais relativos aos artigos publicados são do(s) autor (es).
Sob essa licença é possível: Compartilhar - copiar e redistribuir o material em qualquer suporte ou formato. Adaptar - remixar, transformar, e criar a partir do material, atribuindo o devido crédito e prover um link para a licença e indicar se mudanças foram feitas.