O registro de estilo em Canaã: uma reflexão sobre a historiografia e o rótulo Pré-modernista
DOI:
https://doi.org/10.5433/1519-5392.2014v14n1p240Palavras-chave:
Pré-modernismo, Historiografia Literária, CanaãResumo
O presente trabalho busca analisar a constituição estilística da obra Canaã, de Graça Aranha a fim de mostrar que seu emolduramento na etiqueta Pré-Modernista, como tradicionalmente se expõem na historiografia literária brasileira, constitui uma limitação das possibilidades do romance. Quando submetida como reflexo do período, que compreende as duas primeiras décadas do século XX, a estrutura estilística da obra é por vezes destacada pela reminiscência das escolas Naturalista e Simbolista, por outras, tomada como um prenúncio temático à semana de 22, ratificando a característica intervalar desse momento, o qual não logra ser uma escola literária. Entretanto, se analisada com mais argúcia, Canaã se distancia dessas convencionalizações, desenvolvendo um estilo diferenciado, o qual deixa entrever a fragilidade de uma historiografia literária, organizada em padrões estilísticos fixos e estanques, cujos pressupostos metodológicos se embasam na perspectiva evolutiva de um contínuo de obras que toma os escritos de ficção somente pela coadunação com a convenção dominante, ignorando que esses tais escritos possam também ser abordados pela diferenciação e ruptura ao padrão vigente.
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