Diana Caçadora, a resistência feminina na heroína problemática de Márcia Denser

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.5433/1678-2054.2018v35p84

Palabras clave:

Narrativa feminina, Ficção brasileira contemporânea, Heroína problemática, Resistência

Resumen

O intuito deste artigo é estudar a personagem protagonista Diana Marini como heroína problemática das narrativas que integram Diana caçadora (2003). A heroína problemática difere-se dos heróis clássicos apontados por Lukács (2000) e Goldmann (1967), por possuir e defender valores autênticos num mundo degradado. A protagonista criada por Márcia Denser manifesta nas vivências sexuais a resistência feminina ante a sociedade que assimilou e, como manifestação de violência simbólica, naturalizou valores patriarcalistas. Nos resultados das pesquisas de Regina Dalcastagnè (2012), depreende-se que o espaço para a literatura produzida por mulheres é diminuto num mercado editorial dominado por autores do sexo masculino, fator que, de acordo com Ruth Silviano Brandão (1989), faz com que a mulher se veja pelos olhos dos homens. Desse modo, a transgressividade da heroína problemática de Denser soma-se a outras personagens da narrativa de autoria feminina brasileira das décadas de 1970 e 1980 e evidenciam, de acordo com Nelly Novaes Coelho (1993), uma mudança no perfil das mulheres, logo, tais personagens influenciam diretamente na questão representacional feminina.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

Enedir Silva Santos, Universidade Federal do Mato Grosso do Sul

Mestre e Doutoranda em Estudos Literários pela Universidade Federal do Mato Grosso do Sul.

Kelcilene Grácia-Rodrigues, Universidade Federal do Mato Grosso do Sul

Mestre em Letras pela Universidade Estadual Paulista. Doutora em Estudos Literários pela Universidade Estadual Paulista. Professora Associada da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul.

Citas

ASSIS, Machado de. Memórias póstumas de Brás Cubas. São Paulo: Escala Educacional, 2008.

BOSI, Alfredo. Narrativa e Resistência. Itinerários: Revista de Literatura. v. 10, pp. 11-27, 1996. Disponível em: http://seer.fclar.unesp.br/itinerarios/article/view/2577/2207, acesso em 20 set. 2017.

BOURDIEU, Pierre. A dominação masculina. Trad. de Maria Helena Kuhner. 2 ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2002.

BRANDÃO, Ruth S.. Passageiras da voz alheia. Lúcia Castello Branco & Ruth S. Brandão (orgs.). A mulher escrita. Rio de Janeiro: Casa Maria, LTC, 1989, pp. 17-20.

BUTLER, Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. Trad. Renato Aguiar. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.

CANDIDO, Antonio. A personagem do romance. A personagem de ficção. 5. ed. São Paulo: Perspectiva, 1976, pp. 51-80.

COELHO, Nelly N. Dicionário crítico de escritoras brasileiras: 1711-2001. São Paulo: Escrituras, 2002.

COELHO, Nelly N. A literatura feminina no Brasil contemporâneo. São Paulo: Siciliano, 1993.

COLASANTI, Marina. A moça tecelã. Um espinho de marfim e outras histórias. Porto Alegre: LP&M, 1999, pp. 9-12.

DALCASTAGNÈ, Regina. Literatura brasileira contemporânea: um território contestado. Vinhedo: Horizonte, 2012.

DAVIS, Angela. Mulheres, raça e classe. Trad. Heci Regina Candiani. São Paulo: Boitempo, 2016.

DENSER, Márcia. Diana caçadora & Tango fantasma: duas prosas reunidas. Cotia: Ateliê Editorial, 2003.

GOLDMANN, Lucien. Sociologia do romance. Trad. Álvaro Cabral. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1967.

LUKÁCS, Georg. A teoria do romance: um ensaio histórico-filosófico sobre as formas da grande épica. Trad. José Marcos Mariani de Macedo. São Paulo: Duas cidades, 2000.

NIGRO, Cláudia M. C. Introdução. Cláudia M. C. NIgro & Juliane Chatagnier (orgs.). Literatura e gênero. São Paulo: Cultura Acadêmica,2015, pp. 15-22.

ROSENFELD, Anatol. Literatura e personagem. A personagem de ficção. 5. ed. São Paulo: Perspectiva, 1976, pp. 9-50.

SCHMIDT, Rita T.. Recortes de uma história: a construção de um saber fazer. Cristina Ramalho (org.). Literatura e feminismo: propostas teóricas e reflexões críticas. Rio de Janeiro: Elo, 1999.

STUDART, Heloneida. O estandarte da agonia. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1981.

TELLES, Lygia F. As meninas. 5. ed.. Rio de Janeiro: José Olympio, 1973.

WOOLF, Virgínia. Um teto todo seu. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2004.

Publicado

21-12-2018

Cómo citar

Santos, Enedir Silva, y Kelcilene Grácia-Rodrigues. «Diana Caçadora, a Resistência Feminina Na heroína problemática De Márcia Denser». Terra Roxa E Outras Terras: Revista De Estudos Literários, vol. 35, diciembre de 2018, pp. 84-97, doi:10.5433/1678-2054.2018v35p84.

Artículos similares

También puede {advancedSearchLink} para este artículo.