A vida-labirinto e os cativeiros de Duzu-querença: o espaço em "Duzu-querença", de Conceição Evaristo
DOI:
https://doi.org/10.5433/1678-2054.2025vol45n2p49Palavras-chave:
Conceição Evaristo, 'Duzu-Querença', Espaço na literatura, TopoanáliseResumo
A obra Olhos D’água (2014), de Conceição Evaristo, representa, principalmente, realidades e experiências vividas em espaços marginalizados, incorporando uma perspectiva humana a vivências que refratam uma realidade enfrentada por muitos negros brasileiros que se encontram em condição de pobreza e violência. Este trabalho objetiva analisar o conto “Duzu-Querença” dessa coletânea, destacando os aspectos relacionados aos espaços da narrativa e sua relação com a ação da personagem, uma pessoa em situação de rua, que tem seus passos e espaços traçados, remontando sua história até aquele momento de sua vida. Seguindo o conceito e as definições de topoanálise, de Borges Filho (2008), sobre as funções do espaço na literatura, faremos uma abordagem crítico-analítica da narrativa quanto ao seu papel na construção da história dessa personagem, à luz de conceitos que tratam do espaço na literatura, como Lins (1976) e Bakhtin (2018), bem como uma breve análise dos espaços marginalizados representados, levando em consideração conceitos como o de racismo cultural, apontado por Gonzalez (2020) e o de captivity (cativeiro), discutido por Collins (2024). Reconhecemos os espaços descritos como traço revelador e que propiciam as ações da personagem, abrindo portas para diferentes formas de exploração, mantendo-a presa em uma vida-labirinto e seus cativeiros.
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Referências
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