O uso trágico da paisagem em “Wuthering Heights” (1847), de Emily Brontë

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/1678-2054.2023vol43n2p130

Palavras-chave:

O morro dos ventos uivantes, romance inglês, paisagem, trágico

Resumo

Este artigo se detém sobre o uso trágico da paisagem natural em Wuthering Heights. O principal cenário da narrativa é o de uma fazenda isolada no norte da Inglaterra, situada no topo de uma colina, rodeada por uma vegetação árida, com pedras e urzais, de clima rigoroso e muita ventania. Emily Brontë recorre a elementos dessa paisagem, como a urze, o vento e a pedra, para caracterizar a identidade de suas personagens protagonistas, Catherine e Heathcliff, como uma metáfora de sua afinidade e da necessidade que têm um do outro. Essa imagem ajuda a compor o acontecimento trágico, que é a alienação entre os dois, traduzida no fato de que ambos se afastam daqueles elementos. A consumação da tragédia, determinada pela impossibilidade de reunião entre Catherine e Heathcliff, também é ilustrada por tal imagem: ao fim do romance, a urze cresce sobre a lápide de pedra de Catherine e de Heathcliff, que afinal se integram, na morte, à paisagem com que se identificavam.

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Biografia do Autor

Júlia Mota Silva Costa, Universidade Estadual de Campinas - Unicamp

Mestra em Teoria e História Literária pela Universidade Estadual de Campinas

Jefferson Cano, Universidade Estadual de Campinas - Unicamp

Doutorado em História pela Universidade Estadual de Campinas
Professor Associado da Universidade Estadual de Campinas

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Publicado

29-12-2023

Como Citar

COSTA, J. M. S.; CANO, J. O uso trágico da paisagem em “Wuthering Heights” (1847), de Emily Brontë. Terra Roxa e Outras Terras: Revista de Estudos Literários, [S. l.], v. 43, n. 2, p. 130, 2023. DOI: 10.5433/1678-2054.2023vol43n2p130. Disponível em: https://ojs.uel.br/revistas/uel/index.php/terraroxa/article/view/48077. Acesso em: 27 abr. 2024.