O uso trágico da paisagem em “Wuthering Heights” (1847), de Emily Brontë

Autores

DOI:

https://doi.org/10.5433/1678-2054.2023vol43n2p130

Palavras-chave:

O morro dos ventos uivantes, romance inglês, paisagem, trágico

Resumo

Este artigo se detém sobre o uso trágico da paisagem natural em Wuthering Heights. O principal cenário da narrativa é o de uma fazenda isolada no norte da Inglaterra, situada no topo de uma colina, rodeada por uma vegetação árida, com pedras e urzais, de clima rigoroso e muita ventania. Emily Brontë recorre a elementos dessa paisagem, como a urze, o vento e a pedra, para caracterizar a identidade de suas personagens protagonistas, Catherine e Heathcliff, como uma metáfora de sua afinidade e da necessidade que têm um do outro. Essa imagem ajuda a compor o acontecimento trágico, que é a alienação entre os dois, traduzida no fato de que ambos se afastam daqueles elementos. A consumação da tragédia, determinada pela impossibilidade de reunião entre Catherine e Heathcliff, também é ilustrada por tal imagem: ao fim do romance, a urze cresce sobre a lápide de pedra de Catherine e de Heathcliff, que afinal se integram, na morte, à paisagem com que se identificavam.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Júlia Mota Silva Costa, Universidade Estadual de Campinas - Unicamp

Mestra em Teoria e História Literária pela Universidade Estadual de Campinas

Jefferson Cano, Universidade Estadual de Campinas - Unicamp

Doutorado em História pela Universidade Estadual de Campinas
Professor Associado da Universidade Estadual de Campinas

Referências

BRONTË, Emily. O morro dos ventos uivantes. Trad. Julia Romeu. São Paulo: Penguin / Companhia das Letras, 2021.

EAGLETON, Terry. Sweet Violence: The Idea of the Tragic. Oxford: Blackwell, 2003.

EAGLETON, Terry. The English Novel: An Introduction. United Kingdom: Blackwell, 2005.

COSTA, Júlia Mota Silva. Emily Brontë: paixões, natureza e moralidade. Dissertação (Mestrado em Teoria e História Literária). Instituto de Estudos da Linguagem, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2022.

GIRDLER, Lew. Wuthering Heights and Shakespeare. Huntington Library Quarterly, Philadelphia, v. 19, n. 4, p. 385-392, Aug. 1956. Disponível em: https://doi.org/10.2307/3816400. DOI: https://doi.org/10.2307/3816400

GODFREY, Laura Gruber. “That Quiet Earth”: Tourism, Cultural Geography, and the Misreading of Landscape in Wuthering Heights. Interdisciplinary Literary Studies, University Park, v. 12, n. 2, p. 1–15, 2011. Disponível em: https://www.jstor.org/stable/41210315. DOI: https://doi.org/10.2307/41210315

KLINGOPULOS, G. D. The Novel as Dramatic Poem (II): Wuthering Heights. Scrutiny, Cambridge, v. XIV, n. 4, p. 269-286, 1947.

LEMPRIÈRE, John. Bibliotheca classica; or, a classical dictionary. London: T. Cadell & W. Davies, 1797.

SHAKESPEARE, William. Complete Works. Jonathan Bate & Eric Rasmussen, eds. New York: The Royal Shakespeare Company, 2007.

SHAKESPEARE, William. Teatro completo. Tragédias e comédias sombrias – Volume 1. Trad. Barbara Heliodora. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2009.

SWINBURNE, Charles Algernon. Emily Brontë. Miscellanies. New York: Worthington Company, 1886. 260-270. Disponível em: https://archive.org/details/miscellanies01swingoog/page/n275/mode/2up.

SZONDI, Peter. Ensaio sobre o trágico. Trad. de Pedro Süssekind. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 2004.

WILLIAMS, Raymond. Tragédia Moderna. Trad. Betina Bischof. São Paulo: Cosac & Naify, 2002.

Downloads

Publicado

29-12-2023

Como Citar

Costa, Júlia Mota Silva, e Jefferson Cano. “O Uso trágico Da Paisagem Em ‘Wuthering Heights’ (1847), De Emily Brontë”. Terra Roxa E Outras Terras: Revista De Estudos Literários, vol. 43, nº 2, dezembro de 2023, p. 130, doi:10.5433/1678-2054.2023vol43n2p130.