De sines às tribos do Neón: Al Berto e o fim do mundo
DOI:
https://doi.org/10.5433/1678-2054.2018v36p88Palavras-chave:
Al Berto, Poesia, Sines, Fim do mundoResumo
O poeta Al Berto demonstrou particular interesse pela ambivalência das imagens da catástrofe, que atingem seu paroxismo na noção de fim do mundo. Sob tal perspectiva, o poema, por um lado, reveste-se da voz apocalíptica que nos anuncia o medo e o pessimismo de um tempo; e, por outro, afirma-se contra a desertificação dos afetos e em defesa da experiência particular dos sujeitos. Transitamos, dessa maneira, de uma leitura coletiva e teleológica para uma espécie de escatologia íntima, porque é justamente na intimidade que se opera e se revela o trágico desfecho. Nesse percurso, naufrágios, pestes e desastres ambientais atravessam a obra, recuperam e subvertem representações tradicionais do medo e colocam em xeque noções como as de progresso tecnológico, de segurança e de controle. Buscaremos, portanto, destacar e discutir o ímpeto poético albertiano, que, de maneira tão ostensiva, tão densa e tão obsessiva, se lançou nos abismos do medo, no dizer dos apocalipses do sujeito e na atenção vigilante de um tempo de fins/fim dos tempos.Downloads
Referências
AL BERTO. O Medo. Dispersos. Lisboa: Assírio & Alvim, 2007. (Dp)
AL BERTO. O Medo. Diários. Porto: Assírio & Alvim, 2012a. (D)
AL BERTO. O Medo. “Al Berto: uma entrevista sem fim...”. Diário de Lisboa, Lisboa, 27 de jan., 1989.
ARGULLOL, Rafael. O fim do mundo como obra de arte. Rio de Janeiro: Rocco, 2002
AUGÉ. Marc. Le temps en ruines. Paris: Galilé, 2003.
EIRAS, Pedro. Constelações 2 - ensaios comparatistas. Porto: ILCML/Edições Afrontamento, 2016.
FOESSEL, Michäel. Aprés la fin du monde. Paris: euil, 2012.
LAFARGUE, Jean-Noël. Les Fins du Monde, de l’Antiquité à nos jours. Paris: François Bourin, 2012.
NANCY, Jean-Luc. After Fukushima: the equivalence of catastrophes. New York: Fordham University Press, 2015.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
a) Os(as) autores(as) mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, sendo o trabalho simultaneamente licenciado sob a Creative Commons Attribution International 4.0 License, permitido o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.
b) Os(as) autores(as) têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
c) Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho em linha (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) após o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).
d) Os(as) autores(as) dos trabalhos aprovados autorizam a revista a, após a publicação, ceder seu conteúdo para reprodução em indexadores de conteúdo, bibliotecas virtuais e similares.
e) Os(as) autores(as) assumem que os textos submetidos à publicação são de sua criação original, responsabilizando-se inteiramente por seu conteúdo em caso de eventual impugnação por parte de terceiros.