Cultura alimentar na escola
DOI:
https://doi.org/10.5433/1679-0383.2023v44n2p153Palavras-chave:
Cultura brasileira, Educação, Psicologia, Indústria alimentíciaResumo
No mundo industrializado, a alimentação tem sido predominantemente baseada no consumo de alimentos ultraprocessados, em detrimento de uma alimentação caseira e natural. Essa mudança tem alterado os hábitos alimentares secularmente estabelecidos e tem contribuído para o surgimento de diversas doenças na população, tais como obesidade, cardiopatias e esteatose, entre outras. No contexto brasileiro, os governos federais democráticos, no período pós-anos 1990 até 2016, implementaram diversas políticas públicas voltadas para a alimentação, com o objetivo de difundir conhecimentos nutricionais e resgatar a importância da cultura alimentar brasileira, que estava sendo substituída pelo consumo de alimentos ultraprocessados. Esse resgate teve como consequência o estímulo de parte significativa da população a modificar seus hábitos alimentares. A apropriação da cultura alimentar pelo indivíduo fortalece sua identidade regional, nacional e cultural, em conexão com a história de seu país. O presente artigo tem como objetivo relatar as ações desenvolvidas junto a estudantes da rede pública de ensino na cidade de Assis, São Paulo, embasadas nos fundamentos teóricos da Psicologia histórico-cultural, com o intuito de fomentar aprofundamentos acerca da constituição histórica e contemporânea da cultura alimentar brasileira. O estudo demonstrou que a educação alimentar e nutricional desempenha um papel fundamental ao proporcionar uma reflexão sobre os padrões de comportamento alimentar, além de fortalecer a história e a identidade do povo brasileiro.
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