Inquérito soro-epidemiológico e reprodutivo associado à infecção por alfaherpesvírus em equinos no estado de Pernambuco, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.5433/1679-0359.2020v41n3p1079Palavras-chave:
Aborto, Equid alphaherpesvirus, Vírus neutralização, Profilaxia.Resumo
O alfaherpesvírus equino é um importante agente patogênico causador de distúrbios respiratórios, aborto, síndrome neurológica e mortalidade perinatal em populações de equinos em todo o mundo. O objetivo deste trabalho foi determinar a ocorrência de anticorpos anti-alfaherpesvírus e relacionar às alterações reprodutivas em equinos no estado de Pernambuco, Brasil. A vírus neutralização foi realizada em 322 amostras sorológicas de equinos não vacinados, provenientes de 42 propriedades de 16 municípios pertencentes à Microrregião do Vale do Ipojuca, Pernambuco, Brasil. Observou-se uma ocorrência de 23,3% (75/322; IC 95%:18,9-28,4%) de equinos reagentes à pesquisa de anticorpos anti-alfaherpesvírus. Além disso, 61,9% (26/42) das propriedades possuíam pelo menos um animal reagente, com variação inter-rebanho de 5 a 100%. Em relação aos índices reprodutivos, associou-se à infecção herpética a utilização de biotécnicas reprodutivas, como a inseminação artificial (IA) e a transferência de embriões (TE), com a monta natural (p = 0,003); histórico de mortalidade perinatal (p = 0,004); intervalo entre partos superior a dois anos (p = 0,003); e sazonalidade reprodutiva de éguas com ciclos irregulares no rebanho (p = 0,041). Este é o primeiro relato de detecção de equinos reagentes à pesquisa de anticorpos anti-alfaherpesvírus no estado de Pernambuco, Brasil. A partir dos resultados obtidos, sugere-se a adoção de medidas profiláticas como a vacinação, a fim de prevenir a infecção nos animais suscetíveis e reduzir a carga viral excretada nos animais com infecção quiescente.Métricas
Referências
Alencar-Araripe, M. G., Maia, D. C. S. C., Campelo, C. C., Silva, A. Jr., Costa e Silva, M., Dias, A. V., . . . Nunes-Pinheiro, D. C. S. (2014). Evidências sorológicas de EHV-1/ EHV-4 em cavalos de vaquejada no estado do Ceará, Brasil. Revista Brasileira de Higiene e Sanidade Animal, 8(2), 203-217. doi: 10.5935/1981-2965.2014.0029
Beck, S. L., & Cintra, A. G. (2011). Treinamento específico e/ou condicionamento físico. In Beck, S. L., & Cintra, A. G. Manual de gerenciamento equestre (pp. 107-147). Produção Independente: Araucária.
Cunha, E. M. S., Villalobos, E. M. C., Nassar, A. F. C., Lara, M. C. C. S. H., Peres, N. F., Palazzo, J. P. C., . . . Pino, F. A. (2009). Prevalência de anticorpos contra agentes virais em equídeos no sul do estado de São Paulo. Arquivos do Instituto Biológico, 76(2), 165-171.
Gardiner, D. W., Lunn, D. P., Goehring, L. S., Chiang, Y. W., Cook, C., Osterrieder, N., . . . Hussey, G. S. (2012). Strain impact on equine herpesvirus type 1 (EHV-1) abortion models: viral loads in fetal and placental tissues and foals. Vaccine, 30(46), 6564-6572. doi: 10.1016/j.vaccine.2012.08.046
Grinde, B. (2013). Herpesviruses: latency and reactivation – viral strategies and host response. Journal of Oral Microbiology, 5(1), 1-9. doi: 10.3402/jom.v5i0.22766
Kotait, I., Peixoto, Z. M. P., Queiroz, L. H., Cunha, E. M. S., Souza, M. C. A. M., Macruz, R., & Freitas, C. A. (1989). Diagnóstico laboratorial do aborto equino a vírus através de imunofluorescência e soroneutralização. Revista de Microbiologia, 20(1), 128-132.
Ma, G., Azab, W. & Osterrieder, N. (2013). Equine herpesviruses type 1 (EHV-1) and 4 (EHV-4) - Masters of co-evolution and a constant threat to equids and beyond. Veterinary Microbiology, 167(1-2), 123-134. doi: 10.1016/j.vetmic.2013.06.018
Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. (2016). Revisão do Estudo do Complexo do Agronegócio do Cavalo. Recuperado em 1 de Maio, 2019, de http://www.agricultura.gov.br/assuntos/camaras-setoriais-tematicas/documentos/camaras-setoriais/equideocultura/anos-anteriores/revisao-do-estudo-do-complexo-do-agronegocio-do-cavalo
Penkert, R. R. & Kalejta, R. F. (2011). Tegument protein control of latent herpesvirus establishment and animation. Herpesviridae, 2(3), 1-20. doi: 10.1186/2042-4280-2-3
Schulman, M. L., Kass, P. H., Becker, A., & Van Der Merwe, B. (2013). A predictive model for reproductive performance following abortion in thoroughbred mares. Veterinary Record, 172(2), 44. doi: 10.1136/vr.100670
Silva, A. A., Cunha, E. M. S., Lara, M. C. C. S. H., Villalobos, E. M. C., Nassar, A. F. C., Mori, E., . . . Del Fava, C. (2018). Low occurrence of equine herpesvirus 1 (EHV-1) as cause of abortion and perinatal mortality in Brazil. Arquivos do Instituto Biológico, 85(1), 1-7. doi: 10.1590/1808‑1657000852017
Smith, D. J., Iqbal, J., Edington, N., Purewal, A., & Hamblin, A. S. (1998). In vitro reactivation of latent equid herpesvirus-1 from CD5+/CD8+ leukocytes indirectly by IL-2 or chorionic gonadotrophin. Journal of General Virology, 79(12), 2997-3004. doi: 10.1099/0022-1317-79-12-2997
Tearle, J. P., Smith, K. C., Boyle, M. S., Binns, M. M., Livesay, G. L., & Mumford, J. A. (1996). Replication of equid herpesvirus-1 (EHV-1) in the testes and epididymis of ponies and venereal shedding of infectious virus. Journal of Comparative Pathology, 115(4), 385-397. doi: 10.1016/S0021-9975(96)80073-9
Walter, J., Balzer, H. J., Seeh, C., Fey, K., Bleul, U., & Osterrieder, N. (2012). Venereal shedding of equid herpesvirus-1 (EHV-1) in naturally infected stallions. Journal of Veterinary Internal Medicine, 26(6), 1500-1504. doi: 10.1111/j.1939-1676.2012.00997.x
Yildirim, Y., Yilmaz, V., & Kirmizigul, A. H. (2015). Equine herpes virus type 1 (EHV-1) and 4 (EHV-4) infections in horses and donkeys in northeastern Turkey. Iranian Journal of Veterinary Research, 16(4), 341-344. doi: 10.22099/IJVR.2015.3285
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Semina: Ciências Agrárias
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
Os Direitos Autorais para artigos publicados são de direito da revista. Em virtude da aparecerem nesta revista de acesso público, os artigos são de uso gratuito, com atribuições próprias, em aplicações educacionais e não-comerciais.
A revista se reserva o direito de efetuar, nos originais, alterações de ordem normativa, ortográfica e gramatical, com vistas a manter o padrão culto da língua e a credibilidade do veículo. Respeitará, no entanto, o estilo de escrever dos autores.
Alterações, correções ou sugestões de ordem conceitual serão encaminhadas aos autores, quando necessário. Nesses casos, os artigos, depois de adequados, deverão ser submetidos a nova apreciação.
As opiniões emitidas pelos autores dos artigos são de sua exclusiva responsabilidade.